Batendo Boca com o 5Bocas

quarta-feira, maio 26, 2004

Nação Rubro-negra III

A raça de um galo de briga

Eu ainda garoto, tinha uma raiva danada quando vinham dizer que o Maradona era melhor do que o Zico. Naquela época, o galinho sofreu muito com a imprensa no Brasil e a torcida de outros clubes, não tinha este respaldo nacional que desfruta hoje em dia. Lembro que ele era chamado de "canela de vidro", "jogador de maracanã", "craque de laboratório", enfim, uma infinidade de nomes pejorativos que tinham a intenção de minimizar o talento de um dos melhores jogadores de todos os tempos. E o mais engraçado é que quem falava isso, não era um argentino ou um uruguaio, mas brasileiros. Putz ! Vai entender o que esse cara sofreu.

Hoje para quem não viu ambos jogarem, deve soar um pouco estranho a comparação, mas a verdade é que Zico tinha um imenso talento, e por aqui não havia nenhum outro jogador que pudesse ser comparado ao nosso galo. Na verdade, nossos "inimigos", nos davam mais munição , para ter certeza de que Zico era realmente um jogador diferenciado.

Naquele ano de 1981, Zico já era jogador consagrado, e já havia vencido dois duelos contra Maradona ambos em 1979. O primeiro pela seleção no maracanã, quando o Brasil venceu por 2x1 e Zico deixou sua marca além de ter dado o passe para Tita marcar o outro e de ter sido superior em vários aspectos, a partir de uma avaliação da revista "paulista" Placar. O outro pela seleção da FIFA contra a Argentina, também por 2x1 na comemoração de um ano do título da copa do mundo. Naquele dia Zico só entrou no jogo no segundo tempo, deu lençol em Passarela, passe para um gol, e marcou outro após passe de toninho, sendo o nome do jogo.

Desta vez era um desafio entre Flamengo e Boca Junior da Argentina, ou Zico versus Maradona, enfim, mais um aperitivo antes da Copa do Mundo da Espanha que seria no ano seguinte. Também era a despedida de outra fera. Paulo Cesar Carpegiane estava trocando de posição, do campo para o banco, onde futuramente seria o auxiliar de Dino Sani e depois seria efetivado como técnico. Em qualquer um dos dois lugares, sua visão continuaria privilegiada.

O jogo em sí foi uma festa, agora o nosso galinho literalmente roubou-a, jogou com febre e com furunculos pelo corpo. Memso assim, fez os dois únicos gols do confronto e novamente venceu o duelo contra o hermano Maradona.

Zico ainda iria vencer Maradona outras vezes (nunca perdeu para o argentino), sem nunca ter seu verdadeiro valor reconhecido até hoje, mas naquele dia, o galinho mostrou quem mandava no terreiro com toda sua categoria, mas principalmente com muita raça, e pouco se fala disso hoje em dia. Era uma época que ainda se ouvia falar em amor a camisa, sem beijinho no escudo!



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