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sexta-feira, junho 29, 2012

OS CRAQUES DO PASSADO - O BELO VÔO DO FALCÃO

OS CRAQUES DO PASSADO

N° 5 – O BELO VÔO DO FALCÃO

Resgato uma postagem que fiz em 2004 para homenagear o Pelé dos volantes, o jogador mais elegante que vi jogar bola em minha vida e um dos maiores craques que o mundo produziu em todos os tempos.

Paulo Roberto Falcão nasceu em outubro de 1953, e fez história em Porto Alegre, no Brasil e depois na Itália. Muito novo comandou o grande inter dos anos 70, recebendo o bastão de Elias Figueroa, e sagrando-se tri-campeão brasileiro, sendo que no último título, em 79, de forma invicta, fato único até hoje.

Em campo um líder nato, que exibia um comando invísivel para a torcida (sem gestos largos), uma eminência parda. Contudo, Falcão ditava o ritmo e "facilitava" o jogo de todo o time, aparecendo em todas as partes do campo, saindo da defesa, articulando no meio as jogadas de ataque, fazendo belas tabelas e lindos gols. Suas características incluíam um grande senso de colocação, categoria acima da média, economia nos dribles (sempre na hora certa), chutes e passes precisos. Tinha excelência em todos os fundamentos do futebol.

Por incrível que pareça, Falcão jogou pouco na seleção brasileira, e logo no início da carreira foi surpreendido por Claudio Coutinho, que preteriu-o levando Chicão para a copa do mundo de 1978, na Argentina. Na copa de 1986, no México, esteve presente, mas sem reunir boas condições físicas, em razão de uma operação no joelho, se limitou a poucos minutos de jogo. Assim, seu show ficou reservado para 1982 na Espanha, quando ele entrou para a história ao ser um dos líderes de uma equipe de astros, que contava ainda com Zico, Sócrates, Cerezo, Junior e que entrou para a história do futebol  mundial.
 
Naquela copa ele atuou nas cinco partidas do Brasil e marcou 3 gols, apresentando um futebol tão refinado que foi agraciado com o prêmio de segundo melhor da copa (bola de prata), mesmo tendo sido eliminado ainda nas quartas-de-final.

Acredito que o jogo contra a Argentina (3x1), foi sua maior atuação pela seleção brasileira, mesmo tendo jogado uma barbaridade também contra a Itália. Só que no jogo contra os hermanos, ele quase nos brinda com o que seria um dos mais belos gols de todas as copas, quando fez uma tabela com Sócrates no alto, e sem deixar a bola cair emendou de primeira e de perna esquerda no travessão de Fillol, uma pintura, jogada de enciclopédia para ser ensinada nas escolas de futebol arte do mundo todo.
 
Falcão foi o oitavo rei de roma, ungido pelo Papa, comandando a equipe da Roma nas conquistas da copa itália e do campeonato italiano, "gastou" tanto a bola por lá que até hoje é reverenciado por aquelas bandas. Deixou em nossa memória belas jogadas e belos gols como o do emocionante empate contra a Itália na copa de 1982, ou o de raça e talento contra o Palmeiras na semifinal do brasileiro de 1979, ou ainda o da espetacular tabelinha de cabeça com escurinho , marcando já nos minutos finais da semi final do brasileiro de 1976 contra o Atlético de Minas Gerais.

Foi comentarista da Rede Globo, e hoje treina o Bahia no campeonato brasileiro, continua a exibir toda a sua visão de jogo acima do normal, e sua educação, simplicidade e inteligência ainda prevalecem.

Em minha opinião, Falcão foi um dos 3 jogadores mais completos do mundo, que tive o prazer de ver em ação. Dominava os quatro fundamentos importantíssimos do futebol, que são: marcação, passe, drible e chute.
 
Acho difícil ver alguém repetir o que o “anjo louro” fazia em campo, pois diziam na época que ele deveria jogar de terno e gravata, tamanha era sua elegância e o tratamento que dispensava a amiga, a bola.

Um forte abraço
Serginho5Bocas

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