Batendo Boca com o 5Bocas

quarta-feira, junho 02, 2004

Nação Rubro-negra IV

UM COWBOY SUPER HABILIDOSO

No final dos anos 70, o Flamengo tinha o melhor lateral direito do mundo, chamava-se toninho baiano, que esteve na copa da Argentina em 1978, e que chegou a jogar na seleção da FIFA em 1979, contra a mesma Argentina ao lado de Zico e Leão. Só que havia um rapaz de cabo frio subindo das categorias de base que iria encurtar a passagem de toninho pelo flamengo, seu nome ? Leandro.

Sua ascenção foi meteórica, e logo se tornou titular do mengão, feito repetido na seleção canarinho, onde estreou em 1981, marcando um golaço contra a Bulgária, não largando mais a camisa amarelinha de titular.

Leandro não teve a força da mídia de hoje, para valorizar suas principais virtudes, a habilidade e a técnica com a bola. E talvez por isso, não seja tão lembrado pelos mais jovens, já que sua carreira foi encurtada pelas lesões do mau de cowboy (artrose), que arqueava cada dia mais suas pernas. É possível comparar sua habilidade no trato com a bola, a Maradona e a Ronaldinho gaúcho sem sombra de dúvida.

Apaixonado torcedor, só jogou pelo Flamengo e por pouco tempo, fato raríssimo já naquele tempo, imagine para os dias de hoje onde impera o mundo dos negócios.

Num jogo contra o Fluminense válido pelo triangular final do campeonato de 1985 no maracanã, o Fluminense vencia por 1 a 0 com gol de Assis. A torcida tricolor vibrava muito, e já dava como certa a vitória, cantando em uníssono: "Recordar é viver, Assis acabou com vocês". O canto do carrasco rubro-negro.

Então lá pelos quarenta minutos do segundo tempo, o flamengo pressionava , e após um rebote da zaga, Leandro acerta um chute violento da intermediária que bate na travessão, volta nas costas do goleiro Paulo Vitor e entra no gol tricolor, um golaço, que empatou a partida, e levou a torcida do mengão a loucura, calando todos os tricolores que estavam no estádio.

Na saída do campo porém, aconteceu o lance mais bonito de toda esta história, Leandro é entrevistado ainda à beira do campo, e com toda sua simplicidade tenta explicar para os repórteres o que fez. Disse que chutou, mas que Deus empurrou a bola para dentro do gol, numa demonstração clara que a "fera" conhecia muito bem as suas virtudes, e mais ainda suas limitações. Coisas de um cowboy que era também um gênio da humildade.

Como era bom ser flamenguista...



0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]



<< Página inicial