Batendo Boca com o 5Bocas

sábado, maio 12, 2012

O MELHOR TIME QUE VI JOGAR

O MELHOR TIME QUE VI JOGAR

A seleção brasileira da Copa do mundo de 1982 foi forjada a poucos dias da estréia e depois da Copa nunca mais voltariam a jogar juntos, aqueles onze.

Telê começou a formação em 1980, estreando com uma derrota por 2x1, em um amistoso contra a antiga União Soviética no Maracanã e terminou sua saga com outra derrota por 3x2 para a Itália que ficou conhecida como a “Tragédia de Sarriá”, em razão do desfecho inesperado do confronto.

 O time tinha como base 3 equipes. Eram 3 jogadores do Flamengo (Zico, Junior e Leandro), 3 do Atlético mineiro (Cerezo, Eder e Luizinho) e 3 do São Paulo (Valdir Perez, Oscar e Serginho), completavam o esquadrão, Sócrates do Corinthians e Falcão da Roma, um primor.

O time reunia 6 foras de série - Zico, Falcão, Sócrates, Cerezo, Junior e Leandro – e infelizmente não pode contar com o sétimo - Careca – já que as vésperas da Copa sofreu uma séria contusão, uma fatalidade.

Telê ainda abriu mão de levar Adílio, Tita, Leão, Reinaldo, Raul, Roberto Dinamite, Jorge Mendonça, Andrade, entre muitos outros excelentes jogadores que não foram convocados, apesar de estarem em excelente fase na época, a safra era realmente extraordinária.

No time da estréia só Dirceu destoava, substituindo Cerezo que cumpria suspensão automática originada em um jogo das eliminatórias da Copa da Espanha. Na época não entendi porque Telê escolheu Dirceu, hoje menos ainda, Telê inventou, deveria ter entrado com Paulo Isidoro que jogava mais e estava mais entrosado.

Falcão e Zico foram casos à parte.
O primeiro sofreu horrores para jogar a sua Copa do mundo, coisa que só poderia ter ocorrido no Brasil, Um craque, um gênio e ainda tinha gente que duvidava ou desprezava suas qualidades.

Em 1978 foi preterido por Cláudio Coutinho por desentendimentos nos jogos eliminatórios daquela copa. Voltou ao time em amistosos ocorridos em 1979 ainda com Coutinho no comando. Foi vendido para a Itália e por essa razão não jogou nenhuma partida sob o comando de Telê.

Na Copa da Espanha cumpriu seu papel com sobras, jogando como segundo volante, controlando o jogo e fazendo o time jogar e quando tinha um tempinho, ainda subia ao ataque e fazia seus belos golzinhos, Naquela Copa foram 3, levando para casa o prêmio de segundo melhor jogador da Copa, mesmo tendo sido eliminado antes das semifinais.

Como um jogador deste naipe só estreou em Copas do Mundo aos 28 anos? Vai saber... BRASIL, SIL,SIL

Zico, era “o craque” no meio de tantos craques. Sabia tudo de bola e parecia o mais comum dos mortais. Uma humildade desconcertante, um altruísmo em campo impossível de se acreditar.

Jogou uma bela Copa, fez 4 gols e deu passes para outros tantos marcarem, sua marca era essa, a coletividade acima da sua enorme condição individual de craque.

Faltou ser decisivo naquele dia, já que era comum em sua carreira decidir os jogos mais difíceis. Talvez o pênalti não marcado de Gentile sobre ele ainda no primeiro tempo, rasgando sua camisa na área, poderia ter aberto o caminho para aquela vitória e a arrancada fulminante rumo ao título, consagrando-o como um vitorioso em Copas do Mundo. O destino não quis, mas seus fãs nunca lhe abandonaram.

Voltando a Copa, a estréia contra a U.R.S.S. foi duríssima e tudo começou a se complicar a partir da falha bisonha de Valdir Peres em chute de muito longe de Bal. Para piorar ainda mais a situação, Dassaev o goleiro russo, não dava a mínima chance ao ataque brasileiro, já que Serginho teimava em pecar nas finalizações.

O Brasil foi superior nos 2 tempos, mesmo com os russos na retranca buscando contra atacar nas subidas do Brasil, mas no segundo tempo da partida, principalmente após a substituição de Dirceu por Paulo Isidoro, o Brasil amassou os russos e marcou dois gols antológicos, um de Sócrates e outro de Eder. A partir dali e com a entrada de Cerezo naquele time, o Brasil engrenou de vez.  

A cada jogo o time melhorava e apaixonava os espectadores, as peças se encaixavam e fluíam com facilidade, uma leveza e beleza diferente. Havia um sincronismo, uma troca de posições constante, um apego à posse de bola e a plástica do jogo, raras vezes vista nos gramados. O coletivo predominava em uma equipe de individualidades excepcionais.

Um time de exceção! De gênios brincando de jogar bola, como nos tempos de colégio, só quem viu para entender.

Aquela equipe fez história no mundo todo. Ninguém foi capaz de copiá-la, simplesmente porque não era possível. Entraram para a história pela porta da frente.

Foram 5 jogos inesquecíveis, 15 gols, sendo que 11 deles de emoldurar e pendurar na parede, todos de placa.

Foram tabelas, calcanhares, enfiadas de bola, ultrapassagens, dribles, arrancadas, bombas, passes e bolas colocadas que ficaram marcadas em nossa retina, em nossa memória e em nossa alma.

O melhor time que vi jogar só durou efêmeros 5 jogos, talvez menos de 1 mês de convivência comigo, com o Brasil e com o mundo, mas foi de uma forma inesquecível, coisa boa é assim mesmo, dura pouco.

Que tristeza maravilhosa!
Nunca fui tão feliz antes e nem depois.

Um forte abraço
Serginho5bocas 





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