Batendo Boca com o 5Bocas

sexta-feira, junho 11, 2004

Histórias Olímpicas

De JOÃO do Pulo a JADEL Gregório.

Quem acompanha os resultados de Jadel Gregório no salto triplo, e não tem como ficar impassivo aos seus resultados, pois seus progressos são visíveis e empolgantes. Jadel é novo - tem apenas 23 anos - e já possuí excelentes marcas nesta modalidade, levando em conta nossa história neste tipo de prova, dá a impressão que este esporte está em nosso DNA.

Pra quem já teve Adhemar Ferreia da Silva, Nelson Prudêncio e João do pulo, Jadel é a continuidade, mesmo que meio por acaso, pois não temos nenhuma tradição de treinamento de novos valores, inclusive nesta modalidade, como explicar então tal fenômeno ?

Jadel neste ano, já cravou as três melhores marcas de sua vida: 17,22m , 17,25 e 17,72 no último Troféu Brasil, conseguindo a melhor marca do ano na modalidade. Esperamos que ele siga a nossa tradição, e que aproveite as melhores condições de treinamento que hoje desfruta. Pois os resultados de nossos primeiros monstros sagrados, foram com muito suor e grandes adversidades.

Que Jadel siga os passos de João do pulo por exemplo, que conseguiu uma marca histórica no Pan do México em 1975, quando cravou 17,89m (atual recorde sul americano), e foi recorde mundial superando em 45cm o recorde anterior, até o americano Willie Banks quebra-lo com 17,97cm em 1985.

João foi a maior expressão mundial nesta modalidade enquanto competiu, tendo vencido 3 vezes o salto triplo na copa do mundo, Bi pan mericano no salto a distância e no triplo, e conseguido duas vezes a medalha de bronze no triplo nas Olimpíadas.

Em Montreal 1976 foi competir com lumbago (dores lombares) e não pode mostrar suas reais condições, mas em Moscou 1980, na antiga União das repúblicas socialistas soviéticas, foi prejudicado descaradamente. Pois João estava em sua melhor forma, e teve vários saltos anulados na prova, inclusive o melhor e último salto quando atingiu a marca de 17,89m, o que lhe conferiria a medalha de ouro com folgas , mas recebeu a bandeira vermelha (anulando o salto).

João foi ídolo de outros ídolos do esporte. Nosso grande Oscar, talvez o maior jogador de basquete brasileiro, disse que a imagem mais marcante dos jogos olímpicos para ele, foi quando esteve a primeira vez numa Vila Olímpica em Moscou, e olhava de longe o nosso João sendo assediado por atletas de todo o mundo, e sentia um enorme orgulho dele ser brasileiro.

De João a Jadel muita coisa mudou, exceto a má vontade de nosso estado com nossos melhores valores, e nossa capacidade de produzir fenômenos esportivos, mesmo quando remamos contra á maré.

Que os deuses do olimpo iluminem Jadel, e que ele em Atenas consiga trazer a medalha de ouro no salto triplo, e nos recoloque no degrau mais alto do pódio, reproduzindo quem sabe a performance de Adhemar Ferreira da Silva, nosso maior triplista em olimpíadas, com duas medalhas de ouro na modalidade.

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