Batendo Boca com o 5Bocas

sábado, janeiro 05, 2013


OS CRAQUES DO PASSADO – ROMÁRIO & BEBETO
As paralelas que se encontraram antes do infinito

 
Hoje vou dividir o espaço de apenas um perfil com dois monstros sagrados do futebol brasileiro. A ideia é homenagear dois estilos distintos que quando se encontravam, potencializavam suas melhores virtudes, virando uma coisa só, talento.
 
Bebeto, garoto mirrado esquelético da Bahia que vi pela primeira vez na seleção de juniores na conquista de nossa primeira copa do mundo da categoria em 1983.

Ele era reserva do desconhecido Marinho rã, mas sempre que entrava, melhorava a qualidade do futebol da seleção. Tanto fez que durante a competição, ganhou a vaga de titular.

Saiu do Vitoria da Bahia e desembarcou no Flamengo do Rio, com a fama de craque do futuro. Em pouco tempo mostrou seu futebol e teve seu melhor momento com a camisa rubro-negra na Copa União de 1987, quando marcou gols nos 4 últimos jogos que garantiram a conquista da competição.

Seu divisor de águas na carreira foi a Copa America de 1989 quando sagrou-se campeão e artilheiro, mostrando todo seu valor, seu amadurecimento e que era um predestinado, o tempo confirmaria.

Passou momentos difíceis com a amarelinha, sendo barrado na Copa de 90 e depois pelo treinador Falcão, mas deu a volta por cima e retornou a seleção de Parreira a tempo de ser campeão do mundo.

Romário foi diferente, já o conheci arrumando encrenca, pois após ter sido artilheiro do sul americano de juniores, foi cortado do mundial por Gilson Nunes, por ter urinado da janela do hotel nos pedestres que passavam na calçada, perdeu o bonde do bi mundial.

Depois fez “chover” no Rio até ser vendido para o PSV da Holanda, mas ainda deu tempo de se encontrar e ganhar a Copa America de 1989 com o parceiro Bebeto.

Na Copa de 90 teve que conviver com a reserva, muito por estar se recuperando de uma lesão gravíssima e assistiu o fracasso dos companheiros na companhia de Bebeto no banco de reservas de luxo.

Romário fez chover no Barcelona na mesma época que Bebeto arrasava no La Coruña. Nesta época dividiram as atenções e tiveram uma luta digna e limpa pelo título espanhol até a última rodada, quando Romário sagrou-se campeão e Bebeto teve uma grande decepção com a perda do título.

No ano seguinte os dois arrebentariam na Copa do Mundo dos USA e entrariam para a história do futebol brasileiro como uma das mais completas (se não a mais) duplas de atacantes que o futebol produziu.

Fizeram 8 dos 11 gols da equipe e deram show de entrosamento em várias partidas. A dupla salvou aquela seleção do fracasso e da mediocridade, pois foi sem sombra de dúvida, uma das mais cautelosas de todas as copas que o Brasil já participou e ganhou.

Romário foi o craque da Copa e Bebeto injustamente não foi relacionado na seleção da competição, recebendo apenas uma menção honrosa da FIFA, que deixou o baianinho muito insatisfeito.

Nunca mais puderam mostrar o seu valor juntos na seleção.

Estiveram poucas vezes juntos, mas quando o fizeram, foi com uma perfeição dos deuses. Juntos, tudo o que faltava em um tinha no outro, eram complementares e exemplares na eficiência do conjunto.

Um futebol rápido, inteligente, bonito e ótimo de assistir. Tenho na minha lembrança a ótima atuação dos dois no jogo das eliminatórias da Copa de 1994 contra o Uruguai, foi um primor, uma aula de futebol.

Dá muita saudade, não vê-los mais em campo em sua plenitude.

Bebeto era o passe de primeira, a jogada simples e bem executada, sem mais nem menos. Romário era a execução sem piedade, a frieza e simplificação sem abrir mão do talento raro da finalização.

Feijão com arroz, queijo com goiabada, Romeu e Julieta, Romário e Bebeto as paralelas que se encontraram antes do infinito.
 

Um forte abraço
Serginho5Bocas

 

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