Batendo Boca com o 5Bocas

sexta-feira, junho 11, 2004

Nação Rubro-negra V

O TRIUNFO PODE ESPERAR

Era dezembro de 1979, e o Flamengo o time sensação do Brasil, dominávamos o cenário carioca e começávamos a montar o grande esquadrão que faria história no País, na america e no mundo.

Meu irmão Geraldo me levou ao maracanã, e na minha mente infantil seria um grande dia, pois se vencessemos, passaríamos para a semifinal do brasileirão daquele ano, e enfrentaríamos o Inter de porto alegre, e de Falcão. Mas primeiro tinhamos que despachar o Palmeiras, um belo time armado pelo mestre Telê Santana.

O maracanã fervia com umas 100 mil pessoas, nós muito confiantes, sabíamos que daquela vez nada iria atrapalhar, agora não tinhamos só o Zico, havia também o Paulo Cesar, o adílio, o Adão, o Tita, enfim, muita gente boa. Agora tinhamos um time de respeito, bastava vencer e sair pro abraço.

O primeiro tempo terminou 1x0 para o Palmeiras e o empate viria no inicio do segundo com Zico fazendo o nosso de penalti, e até aquele momento um jogo muito equilibrado. Estavamos tensos, pois em minha cabeça de menino, então com 12 anos, não entendia porque não goleávamos logo aquele "timinho", algo estava errado.

Pois bem, no segundo tempo, vimos uma grande atuação do Palmeiras, o Palmeiras de Jorge Mendonça, de Jorginho, de Pedrinho, de Mococa, de Pires, e principalmente de Telê Santana. Verdão que enfiou 4 a 1 em nossa guela, em pleno maracanã, com direito a sambadinha de Carlos Alberto Seixas quando fizeram o último tento.

Hoje, vejo que este jogo foi um divisor de águas, um excelnte laboratório que nos preparou para vencer no futuro.

Na verdade, naquele dia, chorei muito de mãos dadas com meu irmão, pelo caminho escuro da saída da arquibancada, num silêncio frustrante de uma massa que compareceu e apoiou a equipe enquanto pode.

Tristeza de um menino que viu seu sonho frustrado e achava que nunca mais seria campeão brasileiro. Menino que depois, pouco depois, pra ser mais exato no ano seguinte, conheceria o outro lado da moeda, e teria toda sorte de títulos e glórias, inclusive com uma forra contra este mesmo Palmeiras por 6 a 2. Mas que naquele dia, sentiu o gosto amargo da derrota, e aprendeu que a vida não é feita só de vitórias, e mais que isso, que nossos heróis também falham.

Ali, naquele dia trágico, eu nunca poderia imaginar que me daria uma grande lição de vida, e que o melhor, o melhor do esporte, ainda estava por vir.






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