A SELEÇÃO BRASILEIRA DO MANO

A SELEÇÃO BRASILEIRA DO MANO

Já faz um bom tempo que a seleção brasileira de futebol não empolga, não sei de quem é a culpa, mas dá para supor que os motivos de se jogar tão mal tem muitos donos, principalmente nossos treinadores e suas escolhas.

Sempre que vemos alguma revolução de conceitos na forma de jogar futebol melhorando o jogo, vem sempre de fora, de algum treinador estrangeiro, salvo raras exceções como o mestre Telê. Aqui no Brasil prevalece sempre a mesma idéia do mundo da moda, ou seja, vamos lá fora para ver as tendências, ninguém cria nada, só copia e mal.

Mesmo vencendo cinco copas do mundo e perdendo duas finais, não somos capazes de identificar, atualizar e massificar, perpetuando uma genuína escola brasileira de jogar  futebol. Estamos sempre querendo inventar a roda e da pior forma, que é  imitar outro jeito de jogar, os europeus infelizmente.

A sorte nossa é que a capacidade de produzir bons jogadores de futebol no Brasil é constantemente capaz de suplantar possíveis adversidades e em muitos momentos vencer o adversário mais difícil, pelo caminho mais improvável, que é sempre abusar da dependência exclusiva da criatividade do craque brasileiro.

Agora, estamos há poucos meses de sediar uma copa do mundo e o peso do mundo cai nas costas do nosso treinador Mano Menezes. Ele terá a responsabilidade hercúlea de preparar uma seleção brasileira de futebol com bom futebol, que vença e que convença até a estréia da Copa, em julho de 2014.

Não é coisa das mais fáceis, principalmente quando observamos que em quase 2 anos de convocações, ainda não temos uma cara de time, nem mesmo contra seleções fracas jogamos bem, a esperança é agarrar-se na máxima do futebol brasileiro, que sempre dá um jeitinho.

Que o tal jeitinho apareça logo, pois temos um público exigente por aqui, composto por quase 190 milhões de técnicos, que adoram dar palpites e vão ficando mais criteriosos e numerosos quando a copa do mundo se aproxima.

Mano Menezes está diante de uma excelente safra de jogadores para utilizar nos seus testes e depois definir um time e uma forma de jogar, de preferência brasileira. O problema é que o tempo é curto e a paciência do povo brasileiro é menor ainda.

Porém, não é toda mundo que pode contar com jogadores do quilate de Neymar, Lucas, Ganso, Hernanes, Ramirez, Arouca, Káká entre outros para escalar numa seleção de futebol. Que País no mundo possuí este capital humano? O "x" da questão é saber como arrumá-los de forma que se possa extrair tudo que podem dar individualmente, mas principalmente, coletivamente.

Nossa sorte, mais uma vez, é que em muitos casos conhecidos de copas do mundo passadas, a grande seleção foi forjada quase sem querer, os craques é que fizeram a parte mais díficil, dar vida e perenidade na história.

Exemplificando, a laranja mecânica Holandesa de 74 sofreu 5 alterações na escalação as vesperas da copa do mundo e deu um show na Alemanha. O grande Brasil de Telê Santana de 1982, um dos representante mais dignos do futebol arte, nunca pode contar com o gênio de Falcão até a estréia contra a União Soviética, e deu no que deu.

Assim, acho que Mano Menezes pode ficar mais leve e se concentrar no que mais importa que é só jogar futebol, tentando simplificar as coisas, e deixando de lado grandes esquemas, treinos secretos (que não escondem nada) e outras maluquices e malabarismos verborrágicos que não levam a nada, só confundem.

O certo é que a equação tem de ser encontrada, pois as variáveis já são conhecidas, precisando neste momento de um bom condutor, que tenha bons conhecimentos do assunto e doses cavalares de sorte, de coragem para arrumar a casa e principalmente de "jeito" com o excelente material humano, pois é certo que vai esbarrar em enormes vaidades, mas como diz o ditado: É na tempestade que se conhece o marinheiro...

Boa sorte Mano!