AS COPAS QUE EU VI (1978)
9 de maio de 2014
Foi no longínquo 1978 que acompanhei a primeira das copas que tenho
consciência, com meus 11 anos incompletos, vi pela tv, a copa realizada na Argentina.
A melhor lembrança daquela época foi a bola “Tango” que recebi de presente do meu pai e que gastávamos todos os
dias em frente a minha casa. Era sensacional jogar pelada com uma bola oficial
da adidas numa rua de paralelepípedo, não era pouca coisa não...
Sempre após as partidas, saíamos correndo para a rua e representávamos o
que acabara de ocorrer, correndo e narrando as partidas, repetindo os nomes dos
craques das seleções que haviam jogado.
Pelos meus pés jogaram Resembrink, Rep, Krol e os irmãos Kherkof da
Holanda.
O argentino Ardilles me deixou uma excelente impressão pela categoria e precisão
do passe e seu hermano Fillol foi muito imitado pela sua imensa presença e
colocação, o melhor goleiro daquela copa. Passarela e Kempes representaram
muito bem a raça argentina, com o primeiro levantando o caneco e o segundo
sendo o artilheiro da competição, com 2 gols na final.
Os peruanos Oblitas, Munhantes e Cubillas formaram um dos ataques mais
temidos até serem engolidos pelo lamentável e fraudulento 6x0, sofrido na fase
semifinal da competição que eliminou o Brasil.
Os italianos Causio, Tardelli e o temível Paolo “bambino d´ouro” Rossi,
também foram muito copiados, aliás, foram eles que arranharam o brilho do
título argentino ao aplicarem a derrota de 1x0 na primeira fase da competição.
Rossi era a grande esperança de Bearzot naquela copa, mas apesar de ter feito 3
gols, só foi confirmar a fama de matador na copa seguinte.
Dos poloneses lembro de Deyna e de Lato o carequinha sinistro, que
parecia ter uns 40 anos, mas corria barbaridade.
Dos brasileiros, tirando o infame título de “campeão moral”, lembro de
Leão que era um ótimo goleiro, de Toninho baiano que cruzava com a mão e do seu
lance mais marcante que foi quando carregou no colo Ardilles, fazendo o papel
de maqueiro na partida feiosa entre nós e os Argentinos.
Oscar e Amaral fizeram uma ótima dupla de zaga. Nelinho assombrou o
mundo com seus chutes de curvas inexplicáveis para qualquer físico, Dirceu, a “formiguinha”
também fez um bom mundial e Roberto dinamite aproveitou a chance que teve e foi
nosso artilheiro com seus 3 gols.
Com toda sinceridade, essa foi uma copa muito mais para se esquecer do
que lembrar. Os campos eram pesados, os jogos eram duríssimos. Pouco brilho e
muita luta. Mas pelo menos serviu para aprendermos a não repetir o que fizemos
por lá, apesar de termos voltado com um terceiro lugar e invictos.
A seleção brasileira abriu mão de muita gente experiente e levou um
grupo bastante jovem, que só iriam explodir um pouco mais pra frente, mais
precisamente 4 anos depois na Espanha.
Até o próximo capítulo...
Um forte abraço!
Serginho5BocasSergio5bocas@gmail.com