Batendo Boca com o 5Bocas

quarta-feira, maio 26, 2004

GALVÃO BUENO E O ROBERTO CARLOS

A FERA DO GALVÃO

Muita gente reclama (e com razão) da falta de educação que o Galvão Bueno imprime em suas transmissões. Apesar do talento inegável, principalmente pela emoção que passa. Ele narra, vibra, comenta e não tem o mínimo pudor de ser parcial com os atletas que são seus amigos. Tanto que está ficando chato aturar o que ele fala em relação ao lateral esquerdo Roberto Carlos. Tudo bem, o cara não é ruim de bola, mas o "monstro sagrado" que o Galvão quer empurrar pela nossa goela, É PUXADO !

Para se ter uma idéia do exagero, Roberto Carlos já bateu bateu uma centena de faltas pela seleção e marcou apenas duas vezes (amistoso contra a França em 1997 e depois contra a Coréia pela copa de 2002), e o Galvão tá sempre dizendo que dali pra ele é saco. Acho isso desagradável, pois acredito que qualquer outro jogador, que tiver a oportunidade de bater o número de cobranças que ele bate, se consagra.

Se voltarmos um pouco no tempo até a copa de 1998, veremos que ele entregou o ouro contra a Dinamarca, numa “BICICLETA” sofrível, errando a bola, e facilitando a vida do Brian Laudrup, mas foi salvo pelo talento de Bebeto, Ronaldo e principalmente Rivaldo naquele dia. Depois na final contra a França, deu uma pixotada horrível, querendo enfeitar com outra BICI... e cedeu o córner que originou o primeiro gol de cabeça do Zidane. Na copa de 2002, foi a vez de um turco dar um lençol de lambreta no nosso grande mestre no primeiro jogo, e quase repetir na semifinal, é brincadeira !

Mais recentemente, no amistoso dos cem anos da FIFA, Roberto Carlos saiu ofegante com o passeio que levou do lateral direito francês em pouco mais de 20min . Num lance pela lateral, o negão deu uma esticada que deixou o nosso Roberto quase três corpos pra atrás, depois tomou um lençol, que ficou estirado no chão. Nada tão chocante, se não fosse ele um galático. Ele não né Galvão ! Como diria o nosso velho e bom Nilton Santos: - Craque que se preza, não fica dando carrinho, e saindo com o calção sujo! Mas deixa isso pra lá....

Agora, no último jogo contra a catalunha, foi fazer uma inversão de jogo, demonstrando toda sua presunção, bateu uma bola de trivela (ou três dedos) com tanta força, que o Juninho teve que dar uma carreira atrás da bola, sem sucesso, e quase leva um tombo. Devia ter escondido seu sorrisinho (não sei porque ele tanto ri...) e observado o Edmilson lançando o Ronaldo no segundo gol, e aprendido a diferença entre lançar e dar um petardo pra frente, quanta humildade ! E sempre o Galvão Bueno colocando panos quentes, pois quando o Roberto erra ele finge que não viu, e quando acerta, é uma gritaria que não faz sentido.

Cada vez que ouço a transmissão dos jogos da seleção, e vejo gente assim, como o Roberto Carlos fazendo tanto sucesso e ficando milionário, fico pensando como este esporte é engraçado e injusto. Mas prefiro pensar que gente como Ronaldo, Ronaldinho, Alex, Káká, também estão fazendo sucesso, e carregando essas malas pesadas nas costas. Mas quem disse que a vida é justa ?

GALVÃO ! Não me faça tomar nojo de mais ninguém.

Nação Rubro-negra III

A raça de um galo de briga

Eu ainda garoto, tinha uma raiva danada quando vinham dizer que o Maradona era melhor do que o Zico. Naquela época, o galinho sofreu muito com a imprensa no Brasil e a torcida de outros clubes, não tinha este respaldo nacional que desfruta hoje em dia. Lembro que ele era chamado de "canela de vidro", "jogador de maracanã", "craque de laboratório", enfim, uma infinidade de nomes pejorativos que tinham a intenção de minimizar o talento de um dos melhores jogadores de todos os tempos. E o mais engraçado é que quem falava isso, não era um argentino ou um uruguaio, mas brasileiros. Putz ! Vai entender o que esse cara sofreu.

Hoje para quem não viu ambos jogarem, deve soar um pouco estranho a comparação, mas a verdade é que Zico tinha um imenso talento, e por aqui não havia nenhum outro jogador que pudesse ser comparado ao nosso galo. Na verdade, nossos "inimigos", nos davam mais munição , para ter certeza de que Zico era realmente um jogador diferenciado.

Naquele ano de 1981, Zico já era jogador consagrado, e já havia vencido dois duelos contra Maradona ambos em 1979. O primeiro pela seleção no maracanã, quando o Brasil venceu por 2x1 e Zico deixou sua marca além de ter dado o passe para Tita marcar o outro e de ter sido superior em vários aspectos, a partir de uma avaliação da revista "paulista" Placar. O outro pela seleção da FIFA contra a Argentina, também por 2x1 na comemoração de um ano do título da copa do mundo. Naquele dia Zico só entrou no jogo no segundo tempo, deu lençol em Passarela, passe para um gol, e marcou outro após passe de toninho, sendo o nome do jogo.

Desta vez era um desafio entre Flamengo e Boca Junior da Argentina, ou Zico versus Maradona, enfim, mais um aperitivo antes da Copa do Mundo da Espanha que seria no ano seguinte. Também era a despedida de outra fera. Paulo Cesar Carpegiane estava trocando de posição, do campo para o banco, onde futuramente seria o auxiliar de Dino Sani e depois seria efetivado como técnico. Em qualquer um dos dois lugares, sua visão continuaria privilegiada.

O jogo em sí foi uma festa, agora o nosso galinho literalmente roubou-a, jogou com febre e com furunculos pelo corpo. Memso assim, fez os dois únicos gols do confronto e novamente venceu o duelo contra o hermano Maradona.

Zico ainda iria vencer Maradona outras vezes (nunca perdeu para o argentino), sem nunca ter seu verdadeiro valor reconhecido até hoje, mas naquele dia, o galinho mostrou quem mandava no terreiro com toda sua categoria, mas principalmente com muita raça, e pouco se fala disso hoje em dia. Era uma época que ainda se ouvia falar em amor a camisa, sem beijinho no escudo!