SÉRIE GRANDES JOGOS – SELEÇÃO DO BRASIL
CURTAM
MAIS 3 JOGAÇOS E SEUS HERÓIS
1982
O jogo mais dramático de minha vida,
simplesmente inesquecível. Ás vésperas de completar 15 anos, chorei sentado no
chão da sala em frente ao televisor sem acreditar no que acabara de acontecer.
Fui jogar uma pelada pra esquecer e levei uma
entrada que cai no chão, batendo com o queixo no cimento e levando 5 pontos
para nunca mais esquecer do dia 5 de julho de 1982.
Foi a marca indelével do enfrentamento de
duas escolas completamente antagônicas e que nesse dia o David em campo venceu
o Golias.
Tudo que Bearzot poderia sonhar de mais
bonito se concretizou da forma mais inesperada, dramática e teatral como nenhum
italiano jamais poderia acreditar que acontecesse.
Naquele dia, o Brasil fez o que tinha que
fazer sem tirar nem pôr e por mais que se veja este jogo de novo, até mesmo
duzentas vezes, todo brasileiro vai achar que o gol de empate vai sair daqui a
pouquinho, mas os erros individuais custaram muito caro a uma equipe que
prezava demais a coletividade, uma enorme ironia do destino.
Sabe por que aquele jogo é chamado de
Tragédia? Porque não poderia ser apenas um clássico, senão uma tragédia (de
Sarriá) quando existe uma enorme diferença técnica entre as duas seleções. Deu
para entender agora?
Um exército de pequenos mas bravos
guerreiros, fizeram o impossível e venceram os gigantes, orgulhosos e poderosos
jogadores de futebol brasileiro, impensável, mais factível.
Essa é a grande mística, naquele dia se
fizéssemos o terceiro eles com certeza fariam o quarto.
1986
Jogo dramático em que o Brasil “amassou” a
França, mas não fez os gols que precisava para passar adiante. Pagou caro por
este pecado e pela falta de sorte de toda uma geração de grandes jogadores, a
começar pelo goleiro Carlos que só levou 1 gol em toda a copa e foi eliminado
precocemente.
Jogo que marcou a carreira de Zico
negativamente. O cara que marcou mais de uma centena de gols de pênaltis, que
cobrar este tipo de penalidade era como chupar uma laranja, falhou.
Os deuses do futebol não foram cruéis só com
Zico, mas com toda uma legião de fãs, inclusive de companheiros dentro do
campo, que na hora da marcação da penalidade já comemoravam tal era a admiração
e certeza que o galinho iria virar estátua.
Vejam com atenção e façam as contas, a França
teve grandes momentos, mas o Brasil abusou de perder gols, culminando com o
perdido por Sócrates no último minuto da prorrogação:
1989
Foi o jogo de conhecimento e firmamento entre
Bebeto e Romário como dupla infernal, demonstrando como na física e no futebol
ás vezes os opostos se atraem.
Essa teoria fica explicita na jogada daquele
gol espetacular de Bebeto em passe primoroso de Romário.
Dunga jogou muita bola, Romário fez as vezes
de garçom em vários momentos, mas foi
Bebeto quem gastou a bola com classe e inteligência. Seu jogo veloz de toques
de primeira e de passe perfeito, se ampliaram neste dia, tanto que ao final da
partida Maradona pediu a sua camisa, já pressentindo que aquele jogador
franzino com cara de menino abandonado carregava sobre seus ombros muitas
glórias e um enorme talento:
ESCOLA DE
FUTEBOL ARTE É AQUI, VALEU GAROTINHO?
Um forte abraço
Serginho5bocas