Batendo Boca com o 5Bocas

terça-feira, maio 22, 2012

GERAÇÕES PERDIDAS

GERAÇÕES PERDIDAS

Fui um privilegiado, acompanhei de perto como testemunha ocular a melhor geração do Flamengo de todos os tempos, o Mengão de Zico. No final dos anos 70 e início dos 80 era o Mengão, esse rolo compressor quem dava as cartas no futebol brasileiro.

Zico era o símbolo daquela geração, daquele esquadrão. Ele e o Flamengo faziam um esforço mútuo para se manterem juntos. Zico era remunerado como um jogador europeu, às vezes até mais, e valia quanto pesava, correspondia com resultados expressivos e muita paixão pelo clube, era um craque inquestionável e um torcedor apaixonado dentro do campo.

Depois que Zico parou de jogar as coisas começaram a mudar para pior. Junior foi o líder do último suspiro daquela geração maravilhosa quando liderou a molecada talentosa da geração do início dos anos 90, sagrando-se campeão brasileiro em 1992.

Depois disso foram várias gerações perdidas. O Flamengo continuou com seu lema de “Craque a gente faz em casa”, e por mais que a fornalha produzisse novas riquezas, as seguidas trapalhadas das diretorias deixavam que as jóias fossem embora com grande facilidade. Com essa política de retenção nula, fomos fornecendo excelentes jogadores para vários clubes do País e do exterior e com isso perdemos a chance de criar novos ídolos, ganhar títulos, gerar fluxo de caixa e multiplicar o número de torcedores.

Exemplificando veja o quadro abaixo:

Anos 70
Primeira fornada à Zico, Junior, Geraldo, Rondinelli;
Segunda fornada à Adílio, Tita, Andrade, Julio César “uri gheler”;
Terceira fornada à Leandro, Figueiredo, Mozer, Vitor;
  
Anos 80
Primeira fornada à Elder, Edson, Julio César II;
Segunda fornada à Adalberto, Gilmar Popoca, Bebeto*, Jorginho* ;
Terceira fornada à Zinho, Leonardo;

Anos 90
Primeira fornada à Djalminha, Marcelinho, Paulo Nunes, Junior Baiano;
Segunda fornada à Sávio, Athirson;
Terceira fornada à Julio César, Juan, Adriano;

Anos 00
Primeira fornada à Ibson;
Segunda fornada à Luiz Antonio, Muralha, Adrian, Thomaz;
* Em relação a Bebeto e Jorginho tenho que dar um desconto, pois o primeiro teve parte da formação no Vitória da Bahia e o segundo no América do Rio, o Flamengo contratou-os quando já eram juniores, mas passaram pela base do Mengão.

Talvez eu tenha esquecido de alguém, mas é que são muitos jogadores de sucesso, vários deles com passagens pela seleção brasileira e alguns venceram até mesmo a Copa do Mundo de seleções. Poucos clubes podem se orgulhar de ter uma produção desta magnitude e com essa periodicidade. Além disso, o que também chama a atenção é que quase a maioria absoluta é flamenguista.

Que bom seria se a Presidenta do Flamengo e os seus principais dirigentes olhassem com mais carinho esses números que levantei sem pesquisar, apenas com a memória afetiva do meu clube e se sensibilizassem com esta triste constatação e mais do que isso, que se questionassem quanto a quais políticas futuras deveríamos adotar para reter nossos grandes valores, fazendo o clube crescer.

Já passamos da hora de darmos o grande salto que o Flamengo precisa. A nação está em frangalhos e precisa de esperança, de acreditar que podemos nos tornar o maior clube do País, quem sabe do Mundo. Torcida apaixonada e formação de jogadores temos, o que mais falta para deslancharmos? Fica ai a questão, quem se habilita?  

Um forte abraço
Serginho5bocas 

OS 5 QUASE HERÓIS DO MENGÃO

OS 5 QUASE HERÓIS DO MENGÃO

Tive a curta felicidade de vê-los jogar e a grande infelicidade de vê-los partir mais cedo do que esperava , estou falando de 5 jogadores de muita qualidade que quase foram super ídolos da Nação rubro-negra. Alguns chegaram bem perto e um deles nem tanto, mas acho que faltou maturidade nas escolhas deles, mais atenção da diretoria com eles, tempo de casa e consistência na carreira. Tratam-se de Djalminha, Sávio, Athirson, Petkovic e Ibson.

Djalminha era o craque dos juniores, fera do futebol de salão, confirmava tudo que se esperava no campo, mas não emplacou no Flamengo, foi vencer fora de casa. Vendido ao Guarani, foi em Campinas que iniciou sua bela jornada e nunca mais voltou a Gávea.

Sávio começou como um meteoro, lembro muito bem de suas entradas no segundo tempo do quadrangular do carioca de 1994, um espanto. Uma velocidade assombrosa, sempre com a bola nos pés e ainda fazia gols, belos gols. Foi campeão carioca invicto em 1996 e logo depois foi vendido ao Real Madri. A torcida ficou órfã, o diabo louro era o cara que a gente ia ver no Maracanã, Muito tempo depois ele voltou a Gávea, mas não era mais o mesmo, ainda assim jogou algumas boas partidas, mas o time não ajudava. Ficamos na saudade.

Athirson era um primor de jogador. Da lateral esquerda comandava o Flamengo que venceu o carioca de 2000. Convocado para a seleção brasileira chamou a atenção dos italianos do Juventus que o comprou. Saiu para a fama e sumiu. Não foi titular na Itália, perdeu espaço na seleção brasileira e nunca mais rendeu o que apresentara nos melhores dias de Mengão. Outra promessa não cumprida.

Petkovic entrou para a história com o gol do título do carioca de 2001, ao cobrar aquela falta espetacular no ângulo, coisa de cinema. Ainda venceu uma copa dos campeões e quase uma Mercosul, saiu antes da final e só voltou em 2009 para acertar uma antiga dívida e voltar a comandar o grupo que venceu o Brasileirão daquele mesmo ano. Se tivéssemos o Pet durante este imenso hiato entre as suas duas passagens, acho que teríamos um grande ídolo para sempre, uma pena.

Ibson pintou como craque e foi logo vendido, já voltou uma vez e agora volta de novo. Esses namoros curtos nunca vingam em casamento. Seria bom o Flamengo e o Ibson avaliarem o que é melhor para ambos. Acho que se ele ficasse definitivamente, iria colher os frutos rapidamente pois futebol ele tem e precisa de uma pista para decolar. Ainda dá tempo é preciso acreditar.

Queria muito que essas 5 histórias tivessem outro final, mas infelizmente o tempo não para. No final da caminhada é que vemos até aonde conseguimos chegar, por isso muita atenção nas escolhas, elas podem não te permitir muitas manobras e finalizar as coisas de um jeito indesejado.

Ibson, você ainda tem tempo, corre atrás muleke!!!

Um forte abraço
Serginho5bocas