Batendo Boca com o 5Bocas

quarta-feira, maio 02, 2012

É POSSÍVEL VENCER O BARCELONA?


É POSSÍVEL VENCER O BARCELONA?

Já falei neste blog com espanto e idolatria a respeito da supremacia do Barcelona no futebol atual. Sempre exaltando o estilo de jogo e até um pouco impressionado com a objetividade e a qualidade da equipe. Entretanto, nunca tentei encontrar uma fórmula de como algum time poderia vencê-lo, jogando de igual para igual, é claro.

Vencer o Barcelona, apesar de ser coisa rara, não é impossível. No comando de Pep Guardiola, ou seja, a partir de 2008 e após 256 partidas, foram apenas 35 derrotas, mas vale ressaltar que na extrema maioria das partidas, quem teve mais posse de bola foi sempre o Barça e quem jogou melhor também.

Quase na totalidade das partidas quem vence o Barcelona, faz isso, na base da retranca e com poderosos contra ataques, na maioria das vezes de um homem só. Não que isso seja vergonha, é futebol, mas queria muito ver alguém vencendo e convencendo. Por isso, decidi dar minha humilde contribuição, ou seja, tentar fornecer uma forma de vencer o Barcelona sem ser dominado o tempo todo do jogo.

Em primeiro lugar vou voltar no tempo, na Copa de 2010, mas precisamente no jogo entre Paraguai e Espanha. Porque, no futebol recente, foi uma das poucas vezes que vi a Espanha se complicar toda para vencer uma partida, e diria até que o Paraguai poderia ter vencido com justiça, não fosse a imperícia do ataque guarani. Alguém vai lembra e eu já sei que a Espanha não é o Barça, mas que é igualzinho é.


Neste jogo, o Paraguai adiantou seu time inteiro e pressionou a saída de bola da Espanha, da mesma forma que ela faz com todos os seus adversários. A dificuldade que alguns jogadores espanhóis tiveram para sair jogando ficou evidente, e o Paraguai teve várias chances de ter vencido o dramático jogo, pois quando a Espanha se sentiu pressionada, saiu da zona de conforto e vários jogadores perderam a confiança errando muito, expondo falhas que a perda da posse de bola lhe impôs, permitindo ótimas oportunidades que raramente permite ao adversário. 
Valdez do Paraguai fez o que seria o primeiro gol da partida, que foi polemicamente anulado, já que o tira teima da globo dava condição, mas naquela base microscópica que só os comentaristas de arbitragem da vênus platinada validariam, nessa eu não embarco e perdôo o arbitro.

Depois, Piquet fez pênalti em Cardozo que perdeu a cobrança com grande defesa de Casillas. Ai a Espanha deu o troco e também teve um pênalti a seu favor, que Xabi Alonso perdeu após cobrá-lo duas vezes, com defesa de Villar na segunda tentativa.

Quase no fim da partida que já se encaminhava para a prorrogação, Villa fez um gol “chorado” aos 38m do segundo tempo, mas ainda deu tempo de Roque Santa Cruz perder a última chance, que permitiu a Espanha seguir para a semifinal.

Os paraguaios vibraram muito por terem vendido caro à derrota aos campões europeus e futuros campeões mundiais, e os torcedores ficaram tão orgulhosos de seus jogadores que mesmo perdendo, os receberam com festa, no que talvez tenha sido uma de suas partidas mais bem jogadas de todas as copas na qual participaram.

Acho até que se o Paraguai tivesse a presença do centroavante Cabañas naquele dia, um homem de área muito mais presente, perigoso e com muito mais qualidade nas finalizações de ataque do que o que foi escalado, o Paraguai teria tido melhor sorte.

Contei a história deste jogo, porque a Espanha joga exatamente igual ao Barcelona, exceto pela presença do craque Messi, que faz uma sensível diferença. Mais do que endurecer o jogo, o Paraguai mostrou que é possível jogar de igual para igual, e que se houver coragem, comprometimento de toda a equipe e superação, é possível encarar e superar este esquema de jogo.

Percebe-se nitidamente que o Paraguai não tem a qualidade da Espanha e fez um belíssimo papel. Imaginem com uma equipe melhor, com mais qualidade individual e coletiva?

O mais importante desta história é que o Paraguai fez a Espanha provar do seu veneno, seus jogadores entraram com brio, não ficaram com as pernas acorrentadas, nem com os olhos petrificados, admirando a Espanha jogar e não jogando, feito vitimas amedrontadas instantes antes de serem abatidos.

Queria agradecer de joelhos ao técnico do Paraguai por ter me dado aquela “esmolinha”, aquele “tostãozinho” de futebol, que vivo mendigando diariamente, trocando de canal, tentando ver um pouquinho de um jogo bom.

Naquele dia, o técnico do Paraguai mostrou que futebol se ganha quando se pensa só no jogo de hoje, não em quem é o melhor no papel, mas como eu posso vencer só hoje, e é assim que se separa os homens dos meninos e que se entra para a história.

Agora senhores, fica aqui uma reflexão duvidosa, será mesmo possível vencer a equipe do Barcelona jogando bola e sem tremer? Ou temos que nos conformar em assistir belas equipes individuais se prostituindo em troca de uma vitória sem vergoinha e sem nenhum pudor de utilizar a velha e surrada receita do “ferrolho” aliado ao pobre e solitário contra ataque de um homem só?

Me ajudem a responder, valeu?

Um forte abraço
Serginho5bocas