Batendo Boca com o 5Bocas

sexta-feira, fevereiro 01, 2013


PELADA DE VERDADE – Capítulo VI
 

O Estádio do Curupaty e o Pepeta que fez chover 
 

Nosso time de pelada estava acostumado a jogar pelada literalmente, ou seja, time contra na rua, e ás vezes na rua de paralelepípedo e raramente jogávamos um futebol de salão, campo então? Nem pensar.

Daquela vez seria futebol de campo, na verdade seria praticamente a primeira vez que jogaríamos um time contra em um campo gramado, e que campo.

O local do desafio era o campo do curupaty em Jacarepaguá e ficamos super ansiosos para enfrentarmos os caras, que segundo o Sergio Olhão, nosso amigo que marcou o jogo, só tinha fera e muita gente do futebol de salão do Rio de janeiro.

Chegamos no campo e a primeira visão quando nos vimos livres das árvores foi o campo lá embaixo, que para nós, daquele ângulo, parecia o Maraca, um show, já valeu a viagem (de ônibus, tá!).

Entramos em campo, começa o jogo e já saímos tomando um caminhão de gols, o primeiro tempo terminou uns 4x0 para os caras, brincando de jogar e a gente olhando e aprendendo na pratica.

Ai veio o segundo tempo e alguém se machuca no nosso time. Era a fatídica hora do gigante Arnaldo matar sua sede de gols.

Arnaldo era o nosso técnico, produtor, dono do bar, organizador e quando dava também fazia as suas de jogador e matador, nosso Severino, um verdadeiro faz tudo.

Ocorre que ele também nunca tinha jogado em um campo, quanto mais em um com aquelas dimensões, era um sonho e um pesadelo ao mesmo tempo, já que ele estava um “POUCO” acima do peso e seu exercício predileto era comer (bem) ou beber (muito), já viu né?

Reza a lenda que Arnaldo fez até chover, fez o primeiro aproveitando um rebote do goleiro que “bateu roupa” num chute de longa, fez outro num chute rasteiro da pequena área e sofreu um pênalti meio cavado, batido e aproveitado por este escriba.

O jogo terminou 4x6 para o 5bocas, se não me engano, ele ainda fez mais um de cabeça. O resultado em si não teve a menor importância para todos nós, o que valeu mesmo foi ter conhecido aquele monumento que depois jogaríamos mais algumas vezes e ter sido testemunha ocular de um dia em que tudo deu certo para o “pepeta”, o nosso querido Arnaldo.

Lembro que Arnaldo saiu do gramado zoando a cara do goleiro dos caras, que também era bem “fofinho” e deixou o malandro furioso quando disse a ele que era uma vergonha tomar 3 gols e ainda fazer um pênalti num jogador gordinho como ele e que usava em campo uma chuteira, digo quase isso, um calçado “clube sul”.

Sei que aquela tarde o Arnaldo levou todos os prêmios de melhor em campo: o motorádio, o almoço na churrascaria e uma noite na suíte Champion com a cremilda lá da vila mimosa, pois abraçado ao canhão é que morre o artilheiro.

Aquele fim de tarde e inicio de noite foi de muita festa na esquina, bancada pelo nosso amigo e agora também, artilheiro mortal, Arnaldo.

Para os jogadores do time do “dezoito” lá do curupaty, foi mais uma tarde normal em que bateram cartão e foram tomar mais umas geladas, mas para o “pepeta” e para a grande maioria de todos nós, foi uma tarde inesquecível que ficou gravada nos anais das 5bocas.

Arnaldo que o diga...o homem que fez chover... 

 

Um forte abraço
Serginho5Bocas