OS CRAQUES DO PASSADO - DR.
SÓCRATES – O MAG(r)O DA BOLA
Brasileiro
até no nome, Sócrates nasceu em 1954 e faleceu em 2011 deixando para seus fãs
neste período de vida uma enorme saudade e um imenso legado.
Ele
foi sem dúvida nenhuma um dos mais genuínos exemplos de que o futebol é um dos
únicos esportes que não se exige um biótipo definitivo para se sobressair, lugar comum em outras modalidades esportivas.
Começou
a carreira em Ribeirão Preto no Botafogo local onde muito jovem já exibia toda
a sua arte, apesar de seu físico impensável para à pratica do futebol e das
aulas da faculdade de medicina que quase sempre impediam que ele pudesse
conciliar com os jogos do campeonato.
Logo
cedo ganhou a alcunha de doutor, uma alusão a um misto de sua escolha em
estudar a faculdade de medicina somada a sua ótima técnica e habilidade num
campo de futebol que o distinguia dos seus companheiros.
Jogou
ainda no Corinthians, onde foi ídolo e viveu sua melhor fase, conquistando 3
títulos paulistas, também jogou na Fiorentina, no Flamengo, no Santos e na
seleção brasileira, confirmando o que se esperava dele, fazendo história com a
camisa amarela pela sua inteligência dentro de campo e pela liderança que o
tornou capitão da fantástica seleção de 1982.
Não
foi “só” isso que o Magrão fez, ele reinventou a jogada de calcanhar no
futebol. Nunca antes nem depois alguém foi capaz de reproduzir com tanta
maestria esta jogada. De calcanhar, ele deu passes maravilhosos e inesperados,
fez gols e deixou sua marca indelével.
Impossível
esquecer seu gol de empate contra a U.R.S.S. na estréia do Brasil na Copa do
Mundo de 1982, ou ainda do primeiro gol do Brasil contra a Itália naquela
fatídica partida desta mesma copa, que nos eliminou tragicamente. Vale
ressaltar a frieza e a categoria para escolher o canto entre Zoff e a trave, tendo
a capacidade de bater na bola sem dar a mínima chance de defesa para o goleiro
italiano.
No
entanto e apesar de toda a bola que ele jogava, deixou uma lacuna em sua
carreira que foi não ter conseguido se sagrar campeão do mundo, seguindo os
passos de sua geração.
Talvez
os mais jovens ao assistirem os jogos reprisados daquela época imaginem que ele
era fácil de ser marcado em razão de seu frágil físico e de sua pouca
velocidade. Ocorre que ele compensava essas deficiências usando a inteligência
que lhe era peculiar, tocando a bola de primeira, chutando e cabeceando com
extrema categoria e qualidade.
Digo
e repito sem sombra de dúvidas que naquela época se até mesmo o seu irmão Raí, campeão
do mundo, tivesse que disputar posição com ele, tenho certeza que amargaria um “banco”,
pois muita gente boa não teve a menor chance de jogar na seleção daquela época,
pelo simples fato de que havia um Doutor dono daquela camisa.
Fique
com a luz de deus meu ídolo.
Um
forte abraço
Serginho5bocas