Batendo Boca com o 5Bocas

domingo, fevereiro 03, 2013


O FUTEBOL DO MENGÃO E O BAR DO MEU PRIMO

 

Meu primo foi demitido de seu excelente emprego e como não conseguia de jeito nenhum uma recolocação no mercado, decidiu abrir um bar.

Pesquisa daqui e dali com uma enorme ansiedade. Fechou o negócio em uma semana sem analisar com calma a oportunidade. Entrou numa fria, desembolsando a grana na sexta e na segunda-feira lá estava ele dando inicio aos trabalhos.

Segunda pela manhã bem cedo, chegou e abriu o bar, achou um pouco estranho que não havia chegado nenhum empregado da antiga direção, mas tudo bem, aos poucos foram chegando alguns míseros “gatos pingados” e lá pelas 11h, quase na hora de servir o almoço, o grupo estava completo.

Decidiu cancelar o almoço e promoveu na hora a sua primeira reunião, que para sua surpresa, quando encerrou a contagem de todos os empregados, viu que haviam presente 15 funcionários. Contou de novo sem acreditar e pasmo ficou, era aquilo mesmo.

Para um negócio daquele tamanho era um número considerável, se levarmos em conta que era um barzinho de esquina em um bairro pra lá de modesto. Começa as perguntas e descobre que ali há 1 cozinheiro e 6 assistentes de cozinha (2 para cada turno de 6h), tinha também 2 garçons mal vestidos e 3 maitrês, um tremendo luxo. Além disso, atrás do balcão, servindo os clientes, havia mais três empregados: um só para tirar o chope, um só para lavar os copos e um só para dar o troco, sendo que nenhum deles era capaz de mover “uma palha” para ajudar o outro em qualquer tarefa, sem contar o meu próprio primo nesta brincadeira, uma estrutura e tanto, um colosso.

Vale ressaltar que nem falamos ainda dos salários atrasados dos encargos trabalhistas proporcionais da folha, das contas com as concessionárias que volta e meia cortava o fornecimento dos serviços e por ai vai...

Na cabeça já meio perdida do meu primo, o bar deveria ser um sucesso de vendas, tendo em vista o “staff” megalomaníaco, mas a realidade era outra completamente inversa. Ai ele se perguntava em silêncio:

- Aonde fui amarrar meu burro?

Na primeira semana no novo negócio, já deu para perceber que quase nada funcionava a contento. Muitos atrasos e faltas abonadas por atestados médicos fajutos, telefonemas avisando do falecimento de parentes, e ao final daqueles 7 primeiros dias, já foi fácil perceber que um dos motivos principais daquela zona era que as receitas não cobriam nem de longe as despesas, Por isso, os funcionários faziam corpo mole, eram negligentes, distraídos e mal educados com os clientes e com o serviço. Ficou nítido que muita coisa precisava mudar e rápido, se não morreria na praia fácil.
 
A primeira constatação era: Como cobrar uma boa conduta, resultados e estabelecer metas se os caras não viam a cor do salário no fim do mês?

Meu primo foi para casa, pensou muito e estabeleceu um plano audacioso. Logo na segunda-feira pela manhã, demitiu boa parte dos empregados e contratou gente nova com salários mais realistas, aproveitou somente um garçom que pareceu ter condições de ajudar no novo negócio, um enxugamento agressivo, mas necessário.

Trouxe seu filho e a esposa para abraçar a causa neste início de “tsunami” já que não tinha muitos recursos para trazer muita gente de confiança e disposta a ganhar pouco. Seu filho ajudava no balcão, ele e o garçom nas mesas e a sua esposa dando uns toque de graça na decoração que há muito andava caidinha e no controle do caixa.

O 5bocas deu umas dicas nas finanças, ajudando a renegociar prazos e valores dos papagaios vencidos e a vencer, chamando os credores, ex-empregados e fornecedores para uma conversa séria e definitiva de reparcelamento e prolongamento das dívidas, já que não havia mais espaços para errar.

Passados dois meses, o barzinho do meu primo ganhou um gás, tirou a corda que apertava seu pescoço e já começava a brilhar no local. Enxuto em todos os sentidos, já passou a ser “point” da rapaziada.

Meu primo já pensa até em ampliar o local, colocando um espaço para o torcedor assistir jogos e uma ala da sorveteria e dos sucos para quem curte essa outra frente. Ele está tão otimista que planeja para daqui a algum tempo abrir filiais ou franquias.

Olha só que engraçado! É só o barzinho do meu primo, imaginem o que ele poderia fazer se tivesse “nas mão” para dar suporte e robustez as suas ideias e projetos, uma gigantesca nação de fãs apaixonados para comprar os seus produtos e serviços?

Amigos, não levem a sério esta estória, pois o barzinho do meu primo nunca existiu, ele é apenas uma metáfora do mundo real do Flamengo, que saiu da cabeça deste torcedor apaixonado pelo MENGÃO, que queria desabafar contra os mal feitos intermináveis no clube que ele é apaixonado.

É uma brincadeira e ao mesmo tempo um apelo aos novos dirigentes deste clube, ou se preferirem NAÇÃO, para que não continuem empurrando esta verdadeira máquina para um caminho sem volta.

Agora, bem que meu primo podia comprar um título de sócio e daqui a algum tempo concorrer a presidência do mengão, não é verdade?

Com tanta gente “inteligente” e “capacitada”, fazendo um monte de MER...CADORIA por lá, caso ele tentasse e errasse na mão, acho que ainda assim, não conseguiria ser pior do que este bando que nos envergonhou e esculhambou o clube por tanto tempo, só trocando de mãos, manchando a nossa história lamentavelmente.
 

Em 2006 escrevi a crônica abaixo no site “ziconarede” e acho que ela ainda hoje é tão atual que resolvi postar aqui no blog, na esperança de que a nova diretoria do FLAMENGO leia e não repita nem em pensamento as malfeitorias e “pioramentos” que as últimas gestões fizeram ao longo de muitos recentes tenebrosos anos.

 

Um forte Abraço
Serginho5Bocas