Batendo Boca com o 5Bocas

domingo, maio 27, 2012

ESTATÍSTICA, TENHO MEDO DOS NÚMEROS FRIOS


ESTATÍSTICA, TENHO MEDO DOS NÚMEROS FRIOS

Ao final do jogo em que o Brasil venceu por 3x1 a Dinamarca, fiquei de queixo caído quando o narrador na TV disse que o Brasil do Mano está 8 jogos invictos e com 7 vitórias consecutivas, Pôxa! Então nos estamos diante de uma máquina de jogar bola e eu aqui dormindo no sofá? Calma galera, não é bem assim que as coisas funcionam.

É por isso que eu tenho medo de estatística, frias e cruéis, estão sempre por ai para explicar tudo. Outro dia ouvi essa: o Botafogo enfrentou o Atlético Paranaense em 1978 e perdeu o jogo por 3x0, ai em 2012, eles voltaram a se enfrentar e o narrador sai com esta pérola: O Botafogo está a 34 anos sem vencer o Atlético. Bestial, mas real.

Outra da cartola do mágico: Messi tem 25 anos e uns 260 gols, mas ai o estatístico diz que se ele manter a média, em pouco tempo vai passar dos 1283 que o Pelé fez nos anos 50, 60 e 70. É só manter a média mané!

Pessoal pêra lá, não compare alhos com bagulhos, ou não estacione com Alcione não está. Será que o Pelé ficava fazendo contas para bater o recorde de alguém? Claro que não. Porque será que só o negão fez esse caminhão de gols naquela época? E só depois de uns quase 20 anos, apenas o Romário se aproximou desses números? Porque nesse campo, não há espaço para esta disciplina. A estatística é feia e banal quando usada para o futebol.

Como último exemplo vou falar de uma que ouvi outro dia. O Xavi do Barcelona deu 134 passes e não errou nenhum. Porra! Alguém já reparou no passe que o Xavi dá o jogo todo? O cara é bom de bola, mas é “armandinho” pra caraiu. Fica dando passe curto pra quem está mais próximo o tempo todo. Não tiro o mérito dele não, pois aqui no Brasil vejo um monte de Guerreiro errando todos os passes de 1 metro, mas se o cara não dá passes de 30, 40 metros, sua chance de errar é bem menor, certo?

Bem, essas são apenas questões para a gente discutir. Posso estar até errado como também posso estar certo, mas que a Estatística no futebol me dá calafrios, ah isso dá. 


Um forte abraço
Serginho5bocas 

AUTOCONFIANÇA

AUTOCONFIANÇA

No dicionário significa apenas “seguro de si”, mas na vida esportiva vai muito mais além. No futebol Por exemplo pode representar a linha tênue entre o cara que arrebenta e decide e o amarelão, aquele que treme na hora do “vamu vê”.

O torcedor e a mídia são implacáveis, mas é assim que a banda toca, para os que são frios e conseguem controlar a ansiedade e o nervosismo nas horas mais difíceis, o enriquecimento e a glória são compulsórios. Aqueles que sentem o peso da responsabilidade nos momentos cruciais, quando a perna fica pesada e os movimentos dificultados, o caminho é o esquecimento.

Autoconfiança não pode ser confundida com arrogância ou marra, é algo completamente diferente. Pelé é o nosso maior exemplo quando se fala no assunto.

Em 1958, o Santos havia enfiado em 5x3 no América do Rio com Pelé marcando 4 gols, sendo que em um deles, driblou a defesa toda e na saída do goleiro tocou no canto rasteiro. Neste dia, em fevereiro, ano de copa na Suécia, um pouco antes da convocação final, Nelson Rodrigues profetizou que Pelé seria Rei. Mas foi no vestiário que Armando Nogueira ao entrevistá-lo entenderia que ali estava diante ou de um Rei ou de um fanfarrão. Atenção no dialogo entre os dois:
 
- Pelé, quem é, na sua opinião, o melhor meia do Brasil?
- Eu
- E o melhor centro-avante?
- Eu

Seis meses depois o pirralho faria 6 gols em 4 jogos da copa do mundo da Suécia e receberia o título de Rei do futebol dos franceses.

Não há melhor exemplo de autoconfiança do que o Rei do futebol. Aos 17 anos tinha a experiência de um veterano, parecia que jogar bola era como chupar uma laranja, tal era a facilidade em executar as jogadas mais difíceis nos momentos cruciais de uma partida, demonstrando sua autoconfiança e conhecimento de todo o seu potencial, sem bravatas.

Quanto a exemplos de atletas que não conseguiram fazer o que esperavam deles, prefiro não citar para não cometer injustiças, já basta o que eles devem ter sofrido da torcida e da imprensa.
Para finalizar fico com a frase magistral do grande poeta da bola e das letras Tostão, em que com sua simplicidade e facilidade de se expressar, consegue resumir o sentido do que falamos na crônica acima:

“Humildade não é o conhecimento do que somos, mas o reconhecimento do que não somos” 

Um forte abraço
Serginho5bocas