Batendo Boca com o 5Bocas

sexta-feira, junho 29, 2012

UM DUELO DE TITÃS - ZICO X MARADONA

UM DUELO DE TITÃS

ZICO X MARADONA

De alguns anos para cá, a imprensa tem-se perguntado constantemente quem foi o melhor, Pelé ou Maradona? Dúvidas a parte, em minha opinião chega a ser brincadeira esta comparação, Pelé sempre esteve acima de todos.

Alguém seria capaz de escolher e me dize,r em qual critério Pelé perderia para Maradona? Prefiro dizer que Maradona deveria ser primeiro o melhor disparado de sua época, como Pelé foi em todas as épocas.

Lembro na minha infância e adolescência que Maradona de tempos em tempos duelava com Zico pelo trono de melhor do mundo. E para a surpresa de muita gente de agora, o argentino não levou vantagem em nenhum confronto direto, mas indiretamente, pois eles não se enfrentaram na Copa de 1986, Maradona fez a diferença que Zico não conseguiu fazer pelo Brasil em Copas do Mundo e daí a superioridade que muitos dizem que ele teve sobre o Zico.

Em 1979, Zico tinha saído de uma Copa horrorosa em todos os sentidos para ele, pois perdeu a vaga de titular e quando finalmente recuperou a vaga no time, sofreu uma distensão muscular. Mas foi exatamente quando a Argentina comemorava seu aniversário da conquista que Zico deu a primeira mostra ao mundo de quem era o melhor naquele momento.

A FIFA reuniu os melhores do resto do mundo e enfrentou os Argentinos na Argentina. Maradona abriu o placar para os Argentinos enquanto Zico estava no banco por ter chegado atrasado para o jogo. Zico entrou na segunda etapa e fez o gol de empate e deu o passe para o gol a vitória, deixando a imprensa mundial estarrecida tal o futebol apresentado por ele.

Naquele mesmo ano, voltariam a se enfrentar pela Copa América e nova propaganda foi feita questionando quem era o melhor dos dois. Brasil 2x1 Argentina com 1 gol de Zico e passe do galinho para Tita fazer o outro.

Já em 1981 voltariam a se enfrentar pela terceira vez, desta vez num amistoso entre Flamengo e Boca Juniors no Maracanã, que também era a despedida de Carpegiani do futebol. Flamengo 2x0 Boca Juniors, com dois gols de Zico e show de bola do galinho, mesmo apresentando 38° de febre e furúnculos pelo corpo.

No ano seguinte, na Copa da Argentina seria o verdadeiro tira teima, já que o Brasil dava show a cada jogo e a Argentina era o time campeão de 1978 reforçada por Maradona e Ramon Diaz. Brasil venceu o jogaço por 3x1 com um gol de Zico, um passe para Junior marcar outro e o passe para Falcão cruzar na cabeça de Serginho. Maradona além de perder pela quarta vez e assistir mais uma exibição do Galinho, deu uma entrada dura em Batista e foi expulso do jogo e da Copa.

Em 1985 se enfrentariam duas vezes, uma num empate entre a Udinese e o Napoli em 2x2 com 2 gols de Maradona (sendo um de mão) e depois jogariam festivamente no jogo da volta de Zico da Itália, quando o Flamengo venceu um combinado de amigos dele por 3x1 com outro gol do galo.

Acho que Maradona foi um dos maiores de todos os tempos, mas na década de 80 que foi o seu apogeu, ele não reinou sozinho, pois além de dividir as atenções com Zico, o francês Platini também gastava a bola e era nome certo em qualquer eleição de melhor do mundo.

O tempo amplifica os feitos, para o bem e para o mal, e a atuação magistral de Maradona em 1986 foi o que ele precisava para deixar na história sua marca eternizada como o melhor daquela copa, mas continuo a achar que ele foi um deles e não o melhor acima de todos daquela época.

Fica ai a polêmica e podem me bater de porrete, mas meninos eu vi...

Um forte abraço
Serginho5Bocas

OS CRAQUES DO PASSADO - O BELO VÔO DO FALCÃO

OS CRAQUES DO PASSADO

N° 5 – O BELO VÔO DO FALCÃO

Resgato uma postagem que fiz em 2004 para homenagear o Pelé dos volantes, o jogador mais elegante que vi jogar bola em minha vida e um dos maiores craques que o mundo produziu em todos os tempos.

Paulo Roberto Falcão nasceu em outubro de 1953, e fez história em Porto Alegre, no Brasil e depois na Itália. Muito novo comandou o grande inter dos anos 70, recebendo o bastão de Elias Figueroa, e sagrando-se tri-campeão brasileiro, sendo que no último título, em 79, de forma invicta, fato único até hoje.

Em campo um líder nato, que exibia um comando invísivel para a torcida (sem gestos largos), uma eminência parda. Contudo, Falcão ditava o ritmo e "facilitava" o jogo de todo o time, aparecendo em todas as partes do campo, saindo da defesa, articulando no meio as jogadas de ataque, fazendo belas tabelas e lindos gols. Suas características incluíam um grande senso de colocação, categoria acima da média, economia nos dribles (sempre na hora certa), chutes e passes precisos. Tinha excelência em todos os fundamentos do futebol.

Por incrível que pareça, Falcão jogou pouco na seleção brasileira, e logo no início da carreira foi surpreendido por Claudio Coutinho, que preteriu-o levando Chicão para a copa do mundo de 1978, na Argentina. Na copa de 1986, no México, esteve presente, mas sem reunir boas condições físicas, em razão de uma operação no joelho, se limitou a poucos minutos de jogo. Assim, seu show ficou reservado para 1982 na Espanha, quando ele entrou para a história ao ser um dos líderes de uma equipe de astros, que contava ainda com Zico, Sócrates, Cerezo, Junior e que entrou para a história do futebol  mundial.
 
Naquela copa ele atuou nas cinco partidas do Brasil e marcou 3 gols, apresentando um futebol tão refinado que foi agraciado com o prêmio de segundo melhor da copa (bola de prata), mesmo tendo sido eliminado ainda nas quartas-de-final.

Acredito que o jogo contra a Argentina (3x1), foi sua maior atuação pela seleção brasileira, mesmo tendo jogado uma barbaridade também contra a Itália. Só que no jogo contra os hermanos, ele quase nos brinda com o que seria um dos mais belos gols de todas as copas, quando fez uma tabela com Sócrates no alto, e sem deixar a bola cair emendou de primeira e de perna esquerda no travessão de Fillol, uma pintura, jogada de enciclopédia para ser ensinada nas escolas de futebol arte do mundo todo.
 
Falcão foi o oitavo rei de roma, ungido pelo Papa, comandando a equipe da Roma nas conquistas da copa itália e do campeonato italiano, "gastou" tanto a bola por lá que até hoje é reverenciado por aquelas bandas. Deixou em nossa memória belas jogadas e belos gols como o do emocionante empate contra a Itália na copa de 1982, ou o de raça e talento contra o Palmeiras na semifinal do brasileiro de 1979, ou ainda o da espetacular tabelinha de cabeça com escurinho , marcando já nos minutos finais da semi final do brasileiro de 1976 contra o Atlético de Minas Gerais.

Foi comentarista da Rede Globo, e hoje treina o Bahia no campeonato brasileiro, continua a exibir toda a sua visão de jogo acima do normal, e sua educação, simplicidade e inteligência ainda prevalecem.

Em minha opinião, Falcão foi um dos 3 jogadores mais completos do mundo, que tive o prazer de ver em ação. Dominava os quatro fundamentos importantíssimos do futebol, que são: marcação, passe, drible e chute.
 
Acho difícil ver alguém repetir o que o “anjo louro” fazia em campo, pois diziam na época que ele deveria jogar de terno e gravata, tamanha era sua elegância e o tratamento que dispensava a amiga, a bola.

Um forte abraço
Serginho5Bocas

OS CRAQUES DO PRESENTE - PIRLO

OS CRAQUES DO PRESENTE

N° 3 – PIRLO

Hoje vou falar de um talento raro para os padrões de qualidade italiano. Sem querer fazer pouco caso, posso dizer que a Itália produziu raríssimos jogadores com tanta habilidade. Mesmo fazendo um esforço enorme para lembrar, só consigo pensar em Roberto Baggio e um pouco atrás Bruno Conti, nada mais de relevante.

Jogadores italianos em geral são guerreiros, não acreditam em bola perdida e possuem uma raça assombrosa, Pirlo não. O cara é fera, tem sangue nas veias, mas seu forte é bater na bola com uma facilidade incrível, parece tirar o peso da “gorduchinha”, com ele não tem chutão, parece um pintor com sua tela.

Pirlo é o motor da equipe, comanda os jogadores com maestria e muito futebol, é daqueles raros jogadores que jogam no campo todo, ou seja, faz a bola rolar desde a saída de sua área até chegar na área adversária e ainda bate bem em gol.

Pirlo já foi campeão do mundo com a Itália em 2006, mas está jogando muito mais do que naquela época. O cara ampliou a visão de jogo, bate todas as bolas paradas com muita habilidade e faz o time jogar em todos os setores.

Queria muito ter um jogador como este na seleção brasileira, seria titular fácil, mas por aqui a preferência é outra, uma inversão de valores incrível.

Pirlo e o alemão Schweinsteiger  podem ser considerados os legítimos seguidores de uma linhagem de volantes encabeçada pelo brasileiro Paulo Roberto Falcão, o Pelé dos volantes, a dos que sabem jogar “muito” futebol, só isso.

Domingo na final da Eurocopa teremos a oportunidade e a felicidade de ver Pirlo outra vez em campo, espero que “gaste” a bola e confirme minhas expectativas comandando a Itália em busca de mais um título.   

Anotem ai no caderninho, Pirlo é o cara da vez, fiquem de olho!

Um forte abraço
Serginho5Bocas