Batendo Boca com o 5Bocas

domingo, dezembro 09, 2012


PAR OU ÍMPAR

 
Não há nada mais imparcial e justo do que o par ou ímpar. Para saber quem é o melhor da pelada é o recurso mais simples, ou seja, quem ganha escolhe primeiro, não tem marmelada, ou o cara é bom ou não é.

Apesar de ser justo é cruel, pois já na infância coloca a seleção natural e o sentido de competição a flor da pele. O garoto que não sabe jogar muito bem, pode ter que ir para o gol, jogar só na próxima pelada ou o pior dos mundos, não ser escolhido sem para a quinta pelada do dia e ter que ficar apitando as partidas, quer coisa mais dolorosa?

Por outro lado, aguça o lado estratégico de quem é digamos assim, um pouco desprovido de talento, pra não dizer ruim pra caraiu, pois quem já sabe que não vai ser escolhido, se torna logo o dono da bola ou do jogo de camisas para ter vaga garantida ou então, chega bem cedo e comanda o par ou ímpar, para poder escolher os times e por ai vai, vale tudo que é recurso para garantir seu lugar no concorrido e agressivo mundo da bola.

Fica ai minha dica, toda vez que tiver uma eleição para saber quem é ou quem foi o melhor, não tenha dúvida, finja que está diante de um par ou ímpar e pense rápido em quem você escolheria para o seu time, pode estar certo que não vai falhar.

Fique tranquilo,pois cultura de peladeiro também é sabedoria.

  

Um forte abraço
Serginho5bocas

 


PELADA DE VERDADE – Capítulo II
 

As aventuras de Piu – A janta

 
1983, naquela época a maré era braba, economizava-se o almoço para vingar a janta. Poucos tinham telefone em casa, TV a cores e um som tipo 3 em 1, o Brasil devia horrores ao FMI, mas vamos falar de pelada que é mais bacana...

Piu havia disputado o 2° turno do carioca de futsal na categoria infanto-juvenil e lembra muito bem da melhor partida que o Ríver futebol clube havia feito na temporada. Fora o jogo contra o Grajaú Tênis clube, em que o Ríver tomou o primeiro gol, virou a partida para 3x1 e tomou a virada de 4x3.

Um jogo espetacular em que seu time mesmo com o excelente pivô Paulo Roberto   Roriz, que depois foi jogar na Espanha e naturalizou-se espanhol, tendo vencido um mundial (2000) em cima do Brasil, não conseguiu evitar a derrota, para o ótimo time do Grajaú, em que mesmo jovens, já despontavam Junior Bocão e Max, este                que por sinal comandou a virada, pois o moleque era fera.

No ano seguinte, Piu ficou sem espaço no Ríver e foi buscar vaga justamente no time juvenil do Grajaú Tênis e para sua surpresa passou no teste e reencontrou Max, que ainda jogava no infanto, mas fazia banco do juvenil e quase sempre entrava em vários jogos em razão de sua altíssima qualidade técnica.

Piu teve a honra de jogar com Max algumas poucas partidas amistosas e ainda é vivo na memória a vitória sobre o Sirio Libanês, quando saiu junto do novo colega de clube, após grande atuação da dupla, prevendo um futuro promissor na temporada seguinte.

Ocorre que Piu não jogava tanto quanto Max e ainda por cima era extremamente temperamental, dai não podia mesmo seguir carreira no futsal, trocou engolir alguns sapos pelas aulas da escola técnica federal e depois por um emprego numa estatal, mas antes de desistir de tudo isso, lembra que no inicio do ano seguinte, em 1985 ncontrou Max jogando pela forte Bradesco Seguros (o bicho papão da época) e ele humildemente veio na arquibancada dar moral a Piu e trocaram ideias, mas sem antes de responder a Piu como era jogar num clube tão bom?

- Max não titubeou e a primeira coisa que veio a cabeça ele falou:

- Piu, lá não é lanche não, é JANTA Mané!

E os dois caíram na gargalhada, um ficando na arquibancada todo prosa de ser reconhecido por um craque da “bolinha” tão de perto e o outro indo para a quadra, onde era sua casa, seu habitat, pois o cara jogava muita bola.

 

Um forte abraço
Serginho5Bocas