FRED E
A HUMILDADE
Li
entrevista do excelente centroavante Fred do Fluminense e da seleção em revista
de grande circulação e fiquei satisfeito com o que ele disse que, aliás, me
pareceu muito sincero. Fred assumiu que não se acha um craque e tirou de cima
de seus ombros, a responsabilidade de dar as esperadas pedaladas e outras
jogadas que levantam a galera. Fred calçou as sandálias da humildade e reconheceu
o seu lugar na seleção – que não é pouco por sinal - que é o de fazer gols, que
por sinal, tem sido muitos.
Fiquei
feliz, porque hoje em dia só vemos prima-donas que não jogam nada e só querem
massagem. Gente que nem mal começou a carreira, já exige inúmeros privilégios e
não se impõem os mínimos deveres.
Fred
com sua declaração, me fez lembrar de dois foras de série que são verdadeiras lendas
no meu imaginário: Falcão e Tostão, gente do mais alto nível futebolístico.
Falcão
que por mais que tenha jogado muita bola, era (e ainda é) um poço de humildade.
Lembro dele contando que em 1982, durante os jogos da copa, quando saia falta
próximo da área adversária, ele nem passava perto da bola, pois reconhecia em
Zico, Eder e Junior, qualidade acima da dele para bater na bola e por isso, não
achava justo para a equipe, tentar assumir a cobrança. Era o coletivo acima das
individualidades.
Tostão
por sua vez, craque de muitos recursos, que esteve por um fio de não ir a copa
de 70 como titular porque jogava na do “rei”, ficou conhecido como o homem que
jogava sem bola.
Uma
tremenda injustiça e bobagem, pois sabia jogar muito com ela ou sem, fazia dos
pequenos espaços um verdadeiro latifúndio, brincou de jogar na copa de 70 e
como gostam os comentaristas de hoje em dia, de dar assistências aos
companheiros.
Na
mente privilegiada de Tostão, nunca existiu espaço para egoísmo ou se achar o
máximo. Tostão além do imenso legado que deixou em tão pouco tempo de carreira
(abandonou os gramados aos 26 anos), nos brindou com a linda expressão abaixo:
“Humildade
não é o conhecimento do que somos, mas o reconhecimento do que não somos”.
Um
forte abraço
Serginho5BocasSergio5bocas@gmail.com