A
MÍSTICA DA CAMISA 10 RENASCEU COM NEYMAR
Que bom ver o Neymar à
vontade com a 10 amarelinha nos amistosos da seleção contra a Coreia do Sul e a
Zâmbia. Comandou o time naturalmente e a cada partida vem se firmando como um
dos grandes craques brasileiros de todos os tempos e candidato certo a gênio.
Na verdade, há muito tempo
não temos um jogador com tanto talento e tanta envergadura vestindo a camisa
mais admirada do futebol mundial.
Não falo só por ser a camisa
canarinho, cinco vezes campeã do mundo, mas também e principalmente por ser a
camisa 10. Sim, a camisa que depois de ser vestida acidentalmente pelo Edson,
ou pelo “Pelé”, pela coincidência da ordem alfabética na copa de 58 na Suécia,
passou a significar que o cara que vestia a 10, era “o cara” do time.
Lembro com muita nitidez que
na minha infância, sempre que enfrentávamos algum time de pelada ou apenas
assistíamos um jogo profissional ou mesmo na várzea, procurávamos instintivamente
quem estava com aquele número ás costas para identificar quem provavelmente
apresentaria as melhores armas, as grandes jogadas que certamente valeriam o
ingresso.
Pelé parou de jogar e passou
o bastão adiante, Rivelino veio depois de Pelé e manteve a mística, Zico foi o
próximo na sucessão e deu continuidade no nível e na qualidade esperada, mas
dai para a frente, a queda foi vertiginosa.
Pita ficou restrito a São
Paulo, Silas parecia um bom substituto pelos momentos rarefeitos na copa de 86,
mas não chegou com força na copa seguinte, Neto foi chuva de verão, Raí parecia
que seria o novo messias, mas a copa de 94 frustrou a todos, Rivaldo foi um
caso a parte de ótimo jogador e excelente finalizador, mas nunca um 10,
daqueles de álbum de figurinhas, é notório que foi um senhor atacante, mas não
o 10.
Depois Kaka ficou pelo
caminho e pelo joelho e Ronaldinho Gaucho também não confirmou o que esperávamos
de um jogador campeão em 2002, ainda sem a 10 e melhor jogador do mundo duas
vezes pela FIFA já com a camisa venerada, na copa que deveria ser sua e não foi,
a copa de 2006.
Em 2010 não aconteceu de
novo e até a copa das confederações a maldição nos acompanhava, mas eis que
surge o moicano e como um colírio para os olhos, aparece o garoto Neymar
jogando o fino e exigindo a camisa 10 antes da competição começar.
Se fosse qualquer outro
pedindo, poderia soar como muita pretensão, mas Neymar já não era mais uma
promessa, nem um garotinho mimado querendo o seu presente, fazendo biquinho
para jogar com a camisa desejada por todos.
Neymar já estava jogando em
altíssimo nível e por ser ainda um menino, surpreendeu a todos, assumindo o
papel de protagonista e jogou barbaridade aos olhos do mundo todo na copa das
confederações.
Naquele momento, Neymar não
deu apenas uma “palhinha” de que apesar da pouca idade, já amadureceu
aceleradamente, muito mais do que isso, deu uma mostra ao mundo do que se pode
esperar dele e dos seus companheiros na copa que se aproxima, dentro do seu
terreiro no ano que vem, na copa do mundo dentro do Brasil.
Adeus àquelas camisas de
gosto e número duvidoso, adeus aqueles algarismos sem sentido, coisas do tipo: 49,
85, 93, imitando sem pudor a liga norte americana de basquete. Agora temos novamente um 10 maiúsculo, a marca
de um craque, coisa de gente grande.
Ôôôôô, o camisa 10 voltou,
o camisa 10 voltou
o camisa 10 voltou, ôôôô
Brasil é favoritíssimo sim
senhor e aposto nisso todas as minhas fichas, o tempo dirá e... Ave Neymar...
Um forte abraço
Serginho5BocasSerginho5bocas@gmail.com