Batendo Boca com o 5Bocas

quarta-feira, outubro 16, 2013


A MÍSTICA DA CAMISA 10 RENASCEU COM NEYMAR

Que bom ver o Neymar à vontade com a 10 amarelinha nos amistosos da seleção contra a Coreia do Sul e a Zâmbia. Comandou o time naturalmente e a cada partida vem se firmando como um dos grandes craques brasileiros de todos os tempos e candidato certo a gênio.
Na verdade, há muito tempo não temos um jogador com tanto talento e tanta envergadura vestindo a camisa mais admirada do futebol mundial.
Não falo só por ser a camisa canarinho, cinco vezes campeã do mundo, mas também e principalmente por ser a camisa 10. Sim, a camisa que depois de ser vestida acidentalmente pelo Edson, ou pelo “Pelé”, pela coincidência da ordem alfabética na copa de 58 na Suécia, passou a significar que o cara que vestia a 10, era “o cara” do time.

Lembro com muita nitidez que na minha infância, sempre que enfrentávamos algum time de pelada ou apenas assistíamos um jogo profissional ou mesmo na várzea, procurávamos instintivamente quem estava com aquele número ás costas para identificar quem provavelmente apresentaria as melhores armas, as grandes jogadas que certamente valeriam o ingresso.
Pelé parou de jogar e passou o bastão adiante, Rivelino veio depois de Pelé e manteve a mística, Zico foi o próximo na sucessão e deu continuidade no nível e na qualidade esperada, mas dai para a frente, a queda foi vertiginosa.

Pita ficou restrito a São Paulo, Silas parecia um bom substituto pelos momentos rarefeitos na copa de 86, mas não chegou com força na copa seguinte, Neto foi chuva de verão, Raí parecia que seria o novo messias, mas a copa de 94 frustrou a todos, Rivaldo foi um caso a parte de ótimo jogador e excelente finalizador, mas nunca um 10, daqueles de álbum de figurinhas, é notório que foi um senhor atacante, mas não o 10.
Depois Kaka ficou pelo caminho e pelo joelho e Ronaldinho Gaucho também não confirmou o que esperávamos de um jogador campeão em 2002, ainda sem a 10 e melhor jogador do mundo duas vezes pela FIFA já com a camisa venerada, na copa que deveria ser sua e não foi, a copa de 2006.

Em 2010 não aconteceu de novo e até a copa das confederações a maldição nos acompanhava, mas eis que surge o moicano e como um colírio para os olhos, aparece o garoto Neymar jogando o fino e exigindo a camisa 10 antes da competição começar.
Se fosse qualquer outro pedindo, poderia soar como muita pretensão, mas Neymar já não era mais uma promessa, nem um garotinho mimado querendo o seu presente, fazendo biquinho para jogar com a camisa desejada por todos.

Neymar já estava jogando em altíssimo nível e por ser ainda um menino, surpreendeu a todos, assumindo o papel de protagonista e jogou barbaridade aos olhos do mundo todo na copa das confederações.
Naquele momento, Neymar não deu apenas uma “palhinha” de que apesar da pouca idade, já amadureceu aceleradamente, muito mais do que isso, deu uma mostra ao mundo do que se pode esperar dele e dos seus companheiros na copa que se aproxima, dentro do seu terreiro no ano que vem, na copa do mundo dentro do Brasil.





Adeus àquelas camisas de gosto e número duvidoso, adeus aqueles algarismos sem sentido, coisas do tipo: 49, 85, 93, imitando sem pudor a liga norte americana de basquete.  Agora temos novamente um 10 maiúsculo, a marca de um craque, coisa de gente grande.

Ôôôôô, o camisa 10 voltou,
o camisa 10 voltou
o camisa 10 voltou, ôôôô

Brasil é favoritíssimo sim senhor e aposto nisso todas as minhas fichas, o tempo dirá e... Ave Neymar...
 

Um forte abraço
Serginho5Bocas
Serginho5bocas@gmail.com