Batendo Boca com o 5Bocas

sexta-feira, junho 08, 2012

CATEGORIAS DE BASE

CATEGORIAS DE BASE

O Brasil é uma terra benzida, abençoada por Deus, pelo menos no futebol não temos do que nos queixar. Nenhum País no mundo produziu tantos craques foras-de-série como o nosso.

Apesar desta afirmação, tenho a inteira consciência que essas jóias surgem de tempos em tempos mais pelo acaso do que pela extrema preocupação e atenção que nossos clubes tem com os miúdos.

Ocorre que com o tempo a coisa só vai piorando, com o avanço descontrolado dos empreendimentos imobiliários, antigos campos de várzea, celeiro de craques vão minguando, dando lugar a novas residências.

Com isso, bons jogadores surgem cada vez menos e quando acontece, saem da fornalha cada vez com menos fundamentos. São meias que não sabem lançar, atacantes que não sabem chutar e cabecear, goleiros que não conseguem encaixar a bola, laterais que não sabem cruzar, o que está acontecendo? Quem está treinando os nossos meninos?

O descaso é impressionante, há relatos de pais inconformados com o tratamento que seus filhos recebem nas peneiras dos clubes, é de arrepiar os cabelos.

Na maioria dos casos de insucesso, são observadores sem capacitação para selecionar, alguns são burros mesmos, outros egoístas, muitos são incautos, outros tantos não tem a menor visão do esporte, e grande parte deles são egocêntricos e se acham o máximo, desvalorizando o principal, que é o menino talentoso. Onde estão os clubes nestes momentos para tomar uma atitude.

Muitos clubes grandes do Brasil contratam falsos profissionais que não reúnem a menor condição de executar esta nobre atribuição. Muitos deles são comprados para escalar filho de pai rico ou filho de diretor, barrando do time titular ou nem selecionando nas peneiras, garotos mais pobres que não tem dinheiro para ir ao treino ou se alimentar adequadamente e diante da escassez de oportunidades, preferem abandonar os treinos.

Também existem casos de homossexualismo por parte dos treinadores no submundo deste esporte, afastando uma boa leva de possíveis promessas, sem contar a falta de estrutura, que recentemente culminou em um óbito de um adolescente numa escolinha (ou núcleo) de um grande clube do Rio.

Até mesmo grandes craques do futebol tiveram que ter padrinhos para passarem de promessas e se tornarem realidade, porque é e sempre foi difícil ser jogador no País do futebol. Entre alguns dos casos mais famosos, temos:

Garrincha que foi levado por Arati (ex jogador) para o Botafogo;
Zico foi “descoberto” por Celso Garcia (radialista);
Pelé que teve que contar com uma forcinha de Valdemar de Brito (ex jogador);
Carlos Alberto Torres que foi indicado por Roberto Alvarenga;
Neymar  que precisou da força de Zito (ex jogador) para surgir no Santos.

Vejam que até mesmo gente de altíssimo nível, teve que contar com uma mãozinha para se tornar um jogador, imaginem para os pobres mortais?

Para efeito de comparação, vou citar o caso mais famoso da atualidade que é a escolinha de futebol “La masia” do Barcelona.

Este é o exemplo a ser seguido, como pode um País sem muita tradição no futebol, sair do zero e agora nos ensinar como fazer? Aqui damos sorte por termos abundância do insumo, lá não, eles tem que ter competência mesmo, pois a qualidade e escassa em razão da pouca quantidade, então quando aparece alguém diferenciado, não há espaço para erro ou desperdício, tem que vingar, e tem vingado.

Até quando vamos ficar só olhando o mundo fazer e ficar repetindo que lá na Espanha é que se faz o certo, que na França e no Uruguai também tem sido feito o dever de casa direitinho? É não querer enxergar o óbvio, que em qualquer lugar do mundo que se tenha um pouquinho de “know-how” e vontade dá para ser feito, é só colocar a mão na massa. Demoro!!!!

Um forte abraço
Serginho5Bocas




OS CRAQUES DO PASSADO - TAFFAREL

OS CRAQUES DO PASSADO

N° 4 - TAFFAREL – VAI QUE É TUA!

Me desculpe quem quiser discordar, mas Taffarel foi o melhor. Melhor goleiro sempre é o cara que é o melhor e ainda pode contar muito com a sorte, pois goleiro sem sorte, um abraço!

Surgiu para nós no Mundial sub-20 de 1985 conquistando o título (o bi mundial) e logo em seguida tornou-se titular do Internacional de Porto Alegre.

Muito jovem e com uma rapidez impressionante chegou a seleção principal e não saiu mais de lá, só que antes teve que arrebentar na Olimpíada de 1988, quando junto de Romário, Bebeto, Geovani e outros craques, conquistou a medalha de prata. Destes jogos olímpicos, lembro bem da disputa de penaltis contra a Alemanha na semifinal em que pegou várias cobranças e começou a trilhar sua trajetória vitoriosa. Aliás, pênaltis tornou-se a especialidade da casa. Em vários momentos demonstrou frieza e qualidade para defendê-los.

Lembro da despedida do Zico em março de 1990, quando ele foi o grande destaque. Neste dia, ele não deixou Zico marcar em seu último jogo, foi uma atuação histórica com defesas espetaculares, os flamenguistas xingaram muito este rapaz.

Outro momento marcante foi na Copa do Mundo de 1990 quando ele estava sem sofrer gols e foi vazado apenas uma vez contra a Argentina sendo eliminado, foi a sua primeira grande frustração.

Em outra ocasião, nas eliminatórias da Copa de 1994 contra a Bolívia lá na altitude, já no final da partida ele defendeu um pênalti e parecia que seria um herói. O que ele não podia imaginar é que nos últimos 6 minutos da partida, ele levaria 2 gols, falhando em um deles junto com Válber e sendo considerado pela Imprensa um dos grandes culpados de nossa primeira derrota em eliminatórias.

Teve que dar a volta pro cima e deu. Tinha muita perseverança, talento e paciência para provar novamente seu valor. Parreira apostou nele e não se arrependeu de levá-lo a Copa dos Estados Unidos em 1994. Taffarel junto a Jorginho, Aldair, Bebeto e Romário foram os grandes destaques do Brasil naquele mundial e na final pegou pênaltis de Baresi e Massaro e viu Baggio isolar sua última cobrança, tornando-se um dos grandes responsáveis pelo título.

Taffarel voltou a fazer das suas com pênaltis contra Holanda na Copa de 1998, classificando o Brasil para a Final, após pegar as cobranças de Cocu e Frank de Boer. Infelizmente não foram campeões, pois perderam para a França na final, mas ai já é uma outra história.

Ele tinha a frieza necessária para intimidar os atacantes, a excelente colocação que o permitia gastar menos energia para fazer as defesas, era elástico sem ser espalhafatoso (sem palhaçada né?), econômico nos gestos e uma liderança nata, passava tranqüilidade ao time, um monstro na posição.

Taffarel ainda teve fôlego e categoria para vencer na Itália e na Turquia, consagrando-se internacionalmente e quebrando um tabu de que nossos goleiros não eram tão bons. Após ele, vários goleiros brasileiros passaram a interessar ao mercado europeu, ele foi um divisor de águas na posição.

Gostaria muito que ele tivesse jogado no meu Flamengo, mas ele conseguiu me fazer ser seu fã mesmo sem ter o gostinho de vê-lo jogar tão de perto.


Um forte abraço
Serginho5Bocas