TREINADOR
DE FUTEBOL GANHA MUITO
A toda hora escutamos alguém
falar coisas deste tipo e ficamos nos perguntando: será mesmo?
O primeiro ponto a analisar
é se a profissão pode ser comparada a outros trabalhadores formais, acho que em
linhas gerais não. Mas por quê?
Trabalhadores em geral
recebem salários de mercado, do seu mercado especifico e os treinadores também.
Sabendo que cada mercado tem o seu valor e os “atores” deste mercado se pagam
pelo que produzem, dai já é possível perceber nitidamente a grande diferença entre
os respectivos proventos.
Depois com um olhar um pouco
mais aguçado, percebe-se que o futebol é um esporte de massa, que envolve
grandes somas em dinheiro de muita gente disposta a pagar para ver e levar para
casa produtos relacionados o que nem sempre é verdadeiro em outras profissões.
Outra vertente é a emoção,
pois o trabalhador formal normalmente e com raras exceções, não convive com a
paixão em sua profissão, já treinadores de futebol, bem como jogadores de
futebol, músicos e artistas não trabalham para ganhar bem ou porque há um
mercado promissor. Estão ali porque amam o que fazem e recebem para fazer o que
gostam e o consumidor deste produto nutre a mesma ou até mais paixão do que
eles pelo produto “futebol”.
Acredito que talvez este
seja o grande diferencial: a paixão dos torcedores ou consumidores. Uma
variável desconhecida na maioria das profissões, para o bem e para o mal. No
futebol, um treinado vai do céu ao inferno em minutos. Necessita aprender a
conviver com a gangorra da fama rapidamente e pode sofrer assédio moral de uma
multidão de até milhares de pessoas sem que possa se defender ou processar os
responsáveis, bem diferente do ambiente da grande maioria das outras
profissões.
Não estou aqui para dizer
que bancários, operadores de bolsa, policiais, professores de escola pública
perto de comunidades não tenham alto nível de stress e que não convivam com
muitos casos de assédio moral entre outras mazelas do mundo corporativo, mas há
de se entender a especificidade de meus argumentos.
Por fim, acredito realmente que
os treinadores de futebol, em sua grande maioria, ganham muito bem para atuar
na profissão, mas o stress agudo e a insegurança emocional e física inerente a
profissão, deixam a dúvida se o ônus compensa o bônus, daí concluo que nesta
equação cada variável vale quanto pesa, ou seja, ganha o justo.
Fica aberto o tema para um debate
que não tem data para ter um fim, mas tai um bom assunto para gastarmos um
tempo de resenha regado a alguns chopes e tira-gostos.
Um forte abraço
Serginho5Bocas
Serginho5bocas@gmail.com