Batendo Boca com o 5Bocas

quinta-feira, outubro 17, 2013


TREINADOR DE FUTEBOL GANHA MUITO




A toda hora escutamos alguém falar coisas deste tipo e ficamos nos perguntando: será mesmo?
O primeiro ponto a analisar é se a profissão pode ser comparada a outros trabalhadores formais, acho que em linhas gerais não. Mas por quê?
Trabalhadores em geral recebem salários de mercado, do seu mercado especifico e os treinadores também. Sabendo que cada mercado tem o seu valor e os “atores” deste mercado se pagam pelo que produzem, dai já é possível perceber nitidamente a grande diferença entre os respectivos proventos.
Depois com um olhar um pouco mais aguçado, percebe-se que o futebol é um esporte de massa, que envolve grandes somas em dinheiro de muita gente disposta a pagar para ver e levar para casa produtos relacionados o que nem sempre é verdadeiro em outras profissões.
Outra vertente é a emoção, pois o trabalhador formal normalmente e com raras exceções, não convive com a paixão em sua profissão, já treinadores de futebol, bem como jogadores de futebol, músicos e artistas não trabalham para ganhar bem ou porque há um mercado promissor. Estão ali porque amam o que fazem e recebem para fazer o que gostam e o consumidor deste produto nutre a mesma ou até mais paixão do que eles pelo produto “futebol”.
Acredito que talvez este seja o grande diferencial: a paixão dos torcedores ou consumidores. Uma variável desconhecida na maioria das profissões, para o bem e para o mal. No futebol, um treinado vai do céu ao inferno em minutos. Necessita aprender a conviver com a gangorra da fama rapidamente e pode sofrer assédio moral de uma multidão de até milhares de pessoas sem que possa se defender ou processar os responsáveis, bem diferente do ambiente da grande maioria das outras profissões.
 



 
Não estou aqui para dizer que bancários, operadores de bolsa, policiais, professores de escola pública perto de comunidades não tenham alto nível de stress e que não convivam com muitos casos de assédio moral entre outras mazelas do mundo corporativo, mas há de se entender a especificidade de meus argumentos.
Por fim, acredito realmente que os treinadores de futebol, em sua grande maioria, ganham muito bem para atuar na profissão, mas o stress agudo e a insegurança emocional e física inerente a profissão, deixam a dúvida se o ônus compensa o bônus, daí concluo que nesta equação cada variável vale quanto pesa, ou seja, ganha o justo.
Fica aberto o tema para um debate que não tem data para ter um fim, mas tai um bom assunto para gastarmos um tempo de resenha regado a alguns chopes e tira-gostos.
 

Um forte abraço
Serginho5Bocas
Serginho5bocas@gmail.com